“Artistas só se fortalecem com troca e apoio entre os mesmos”

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“Artistas só se fortalecem com troca e apoio entre os mesmos”

O poeta Maicon Daniel Nieland, 30, repensou a arte em meio à pandemia. Nas redes sociais, lançou um projeto intitulado @fiosdapoesia, que reúne suas principais criações e também divulga poesias de outros autores. Natural de Venâncio Aires, Nieland trabalhou em diversos veículos de comunicação da região. Atualmente, mora em Florianópolis e divide o tempo como poeta e gerente de um espaço gastronômico e cultural.

“Artistas só se fortalecem com troca e apoio entre os mesmos”
Vale do Taquari

• Quando e como começou a escrever poesias?

Eu comecei a escrever em 2014, quando surgiu uma vontade de expressar o que sentia, vivia com outras pessoas e suas histórias. Trabalhei por 10 anos em meios de comunicação e, sempre que possível, expressava um olhar mais humano e literário.

Mas, o empurrão veio mesmo quando a bibliotecária Rosaria Costa, da Biblioteca de Venâncio Aires, me incentivou a participar de um concurso de antologias poéticas de uma editora de São Paulo. Enviei a poesia (Sol)idão, a primeira que tinha escrito na vida. Ela foi selecionada e participei assim do meu primeiro livro, com outros poetas do país.

• Como vai funcionar o projeto e o que de fato ele vai ser?

Na semana passada, dia 5, eu iniciei o projeto Fios de Poesia no Instagram, com postagens diárias de versos que escrevo desde 2014. No espaço, também divulgo obras de artistas de Florianópolis e de outras regiões do país. A cena cultural jovem na capital de Santa Catarina é muito ativa. Acredito que artistas só se fortalecem com troca e apoio entre os mesmos. A independência financeira através da arte não é fácil em qualquer lugar do país.

Essa troca não custa nada e só faz crescer a rede de divulgação. O apoio é fundamental pra quem deseja se expressar e levar mais cultura para as redes sociais. Ainda mais agora, em tempos de isolamento.

• Como surgiu a ideia de unir poesias no @fiosdapoesia?

A página foi uma iniciativa que decidi avançar em meio à pandemia. Eu já tinha essa vontade há algum tempo, mas na correria do dia a dia, acabava sempre adiando. Agora dediquei um tempo pra começar o projeto.

Já o nome, Fios da Poesia, veio das minhas referências poéticas, como o curitibano Paulo Leminski e o alemão Charles Bukowski. Dois barbudos como eu, mas que deixaram um legado literário. O ‘Fios da Poesia’ também faz referência às fibras que devemos criar enquanto sociedade, para sermos pessoas melhores. Quem sabe no futuro tudo isso se transforme em um livro?!

• Como surge a inspiração para novas poesias?

As vivências com pessoas que conheço é o principal combustível para escrever. Isso ficou mais forte com minha vinda para Florianópolis, há três anos. Cada um tem uma carga de histórias e sentimentos. Transmito isso nas poesias. Transcrever para o papel também é minha forma de ‘colocar pra fora’ muitos dos meus pensamentos.

• Já organizou outros projetos com poesias?

Esse é o primeiro projeto na prática. Até então guardava tudo em um bloco de anotações e, no máximo, compartilhava com amigos e pessoas, para quem dedico às poesias.

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