Os prejuízos da falta de chuva causaram um rombo de quase R$ 250 milhões na economia regional. É o que aponta levantamento da Emater\Ascar-RS.Como forma de garantir mais previsibilidade e conhecimento aos agricultores familiares, os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STRs) elaboram um programa de assistência técnica. O assunto foi tratado nessa segunda-feira em videoconferência entre representantes regionais gaúchos e a direção da Fetag.
De acordo com o coordenador regional do sindicato, Marcos Hinrichsen, a ideia é desenvolver uma iniciativa que conte com a parceria de administrações municipais para que se possa dispor de uma rede de apoio, tanto na orientação sobre plantio, controle do solo e uso de insumos, quanto para auxílio no trâmite documental, como acesso a crédito e renegociação de dívidas.
“Muito disso já existe. O que queremos é dispor os sindicatos desses mecanismos. Para que os produtores cheguem até nós e tenhamos essa estrutura pronta para auxiliá-los.”
Pelo levantamento da Emater, as perdas em decorrência dos meses com chuva abaixo da média reduziu para 47% a produtividade no cultivo da soja. No milho, sobrou cerca de 40% do que foi plantado.
Prorrogação do crédito fundiário
O governo federal postergou os prazos para acerto dos financiamentos do Fundo de Terras e da Reforma Agrária (FTRA). Na região, são 602 contratos que ficarão para 2021. O débito dos produtores do Vale ultrapassa R$ 1,7 milhão.
A medida vale para os agricultores familiares que buscaram o crédito fundiário nas 28 cidades da região que tiveram a situação de emergência homologada. Os mutuários devem solicitar a renegociação até 29 de dezembro de 2020.
No país, conforme levantamento das instituições financeiras, agricultores de 558 cidades em 11 estados poderão solicitar a renegociação. São 14.722 contratos, que somam mais de R$ 34 milhões.
Prejuízos no RS
Conforme a Farsul, o prejuízo no cultivo de grãos (milho, arroz e soja) significa menos R$ 36,2 bilhões em circulação na economia do RS. Esse total representa 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.
Os números comparam os resultados de 2019 e mais a projeção de crescimento para este ano. Em dezembro, havia uma expectativa de que a colheita de grãos injetasse R$ 42,7 bilhões na economia gaúcha, um crescimento de 33%. A frustração devido à seca anulou essa projeção e ainda trouxe um declínio de pouco mais de 1% com relação ao período anterior.