O governo de Encantado destina R$ 220 mil para o Programa Enchentes 2020. Com objetivo de auxiliar famílias que tiveram a casa danificada na cheia de julho, a proposta repassa até R$ 2 mil para compra de materiais de construção para reparos na moradia.
Por decreto, o programa entrou em vigor na quinta-feira, 30. Antes, o governo tentou a aprovação pelo Legislativo. Entretanto, após a a tentativa frustrada de uma reunião para debate entre vereadores e prefeito Adroaldo Conzatti, a proposta foi retirada da câmara.
Conforme o prefeito, a escolha pelo decreto ocorreu pela necessidade urgente de repassar os benefícios aos necessitados. “As pessoas com casas danificadas precisam voltar ao lar o quanto antes”, pontua.
As famílias interessadas no benefício devem agendar consultado com o Cras pelo 3751-0127. É necessário ter três orçamentos referentes aos danos materiais na casa. O beneficiado pelo recurso terá que comprovar, por meio de notas fiscais, a compra de materiais de construção.
Triplicar os auxílios
Em Encantado, cerca de 700 famílias foram atingidas pela cheia histórica do rio Taquari. Para receber os auxílios, o beneficiado precisa habitar a casa própria a mais de dois anos, ter renda familiar de até três salários mínimos e não ser proprietário de outro imóvel.
Conforme o presidente do Legislativo, Valdecir Cardoso (PP), a reunião serviria para o Legislativo indicar o uso de R$ 400 mil do duodécimo da câmara aos atingidos pela enchente. Dessa forma, o valor destinado ao programa triplicaria de R$ 220 mil para R$ 620 mil.
Conforme Cardoso, com o acréscimo, os vereadores iriam solicitar que famílias com até cinco salários mínimos também recebessem o auxílio de até R$ 2 mil. “Haveria mais famílias beneficiadas”, pontua.
Ele ressalta que o Legislativo também iria sugerir a intermediação da compra dos materiais para evitar que famílias sem crédito tenham dificuldades de consegui-lo.
O vereador lamenta a tentativa frustrada de se reunir com representantes do governo. O encontro seria por videoconferência, entretanto o Executivo solicitou reunião presencial no Auditório Brasil, o que não foi aceito por Cardoso.
Divergência
Esta é a segunda discussão que envolve o duodécimo do Legislativo. Em abril, os poderes já divergiram sobre a indicação de R$ 500 mil para obra da UTI do Hospital Beneficente Santa Terezinha.
Conzatti afirma que os vereadores já se comprometeram com o hospital, portanto não teriam condições de indicar recursos aos atingidos pela cheia.
Já Cardoso rebate que não foi criado ofício para indicar o duodécimo ao hospital, pois o governo disse na época não haver necessidade.
Até o momento, dois oficios foram criados pelo Legislativo indicando R$ 100 para a perfuração de poços e R$ 50 mil para cestas básicas aos atingidos pela cheia. Conforme Cardoso, ainda existe cerca de R$ 450 mil sem indicação.