O percentual de famílias com contas atrasadas avançou para 27,8% em junho. No mesmo mês de 2019, era de 22,1%. É o que aponta Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), feita pela Fecomércio.
Deste total de quase 30% de pessoas inadimplentes, 14,2% afirmaram não ter como quitar os débitos. Na análise da federação, a inadimplência está relacionada ao avanço do desemprego no RS.
Conforme a Fecomércio, o grupo de famílias que não terão como pagar as dívidas em atraso de 30 dias era de 8% em junho do ano. Esse aumento da inadimplência e da falta de perspectiva para quitar os débitos mostra a relação de consumo durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, avalia o presidente da federação, Luiz Carlos Bohn.
Cautela e redução das despesas, com a concentração de compras nos itens básicos. “As famílias evitam novas dívidas como forma de não comprometer as finanças.”
A pesquisa mostra ainda que o percentual de pessoas com dívidas atingiu 61,9% em junho. Esse dado se refere às contas previstas dentro do orçamento, como financiamentos, aluguel, carnês ou cartão de crédito.
O número é um pouco maior do que o tabulado em maio (61%). Ainda assim é menor do que o mesmo período do ano passado, quando 69,4% dos gaúchos tinham dívidas. Pela análise dos especialistas da federação, o número de pessoas inadimplentes seria maior caso não houvesse o programa federal para preservação do emprego. Quanto a retomada, deve ser um processo lento, devido a pouca capacidade das famílias em quitar as dívidas durante contraídas antes e durante a crise da covid-19.
Lajeado: índice é de 24,2%
Apuração da Câmara de Dirigentes Lojistas Lajeado (CDL) mostra que dos mais de 63 mil CPFs da cidade, 16.083 estão com alguma restrição no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SPC).
Detalhes
- Principal faixa etária de pessoas negativadas em Lajeado é dos de 30 aos 39 anos. Mais da metade são homens;
- 55% tem renda maior do que um salário mínimo.