Pela segunda vez o Vale do Taquari foi classificado pelo governo do Estado em bandeira vermelha, no Mapa do Distanciamento Controlado. A primeira vez, havia sido na primeira semana do modelo, na véspera do Dia das Mães, principal data para vendas em lojas, depois do Natal.
O presidente da CDL Lajeado, Aquiles Mallmann, considera a classificação em bandeira vermelha uma “triste coicidência”. Ele considera que o setor está sendo “injustiçado” e que a abertura do comércio não interfere no atendimento das casas de saúde.
“Nós viemos com o nosso setor muito fragilizado porque nós perdemos várias datas importantes neste ano. E agora mais uma data importante e que nós tínhamos uma expectativa muito grande. Até porque a gente nota que a classificação dessa bandeira está totalmente equivocada porque nós não estamos com colapso da estrutura hospitalar”, declara Mallmann.
O presidente do Sindilojas, Francisco Weimer, revela que foi pego de surpresa com a classificação. Ele havia consultado a assessoria jurídica da Fecomércio – RS, que acredita que o pedido de contestação da Amvat foi um dos mais bem elaborados da rodada de recursos a 13ª semana do modelo.
Weimer vê com “pessimismo” a reversão da bandeira e acredita que até mesmo as grandes lojas não têm condições de manter mais uma semana fechada. Ele afirma que as regras do modelo foram alteradas pouco tempo antes de ser rodado, o que teria prejudicado o Vale do Taquari.
“O número de contágio pesa mais do que as vagas no hospital”, destaca Weimer, que acrescenta que essa alteração no protocolo provocou as maiores restrições na região “Aqui testa mais e por isso tem mais casos, mas não tem quase ninguém no hospital”, constata Weimer, e acredita que isso é uma prova de que a região tem controlado bem a pandemia.
A Associação da Indústria e Comércio de Lajeado (ACIL) emitiu nota assim que a bandeira vermelha foi confirmada pelo Estado. O presidente da entidade, Cristian Bergesch, acredita que o modelo do Distanciamento Controlado perdeu força.
“Nós entendemos que este sistema de bandeiras não está mais surtindo o efeito necessário. Muitas cidades, muitas regiões alteraram a cor da bandeira, mostrando um descrédito nos critérios. Já que pode mudar, os critérios também deveriam ser revistos”, acredita Bergesch.