Casal conta experiência de 300 mil km no motorhome

Na estrada

Casal conta experiência de 300 mil km no motorhome

Viajando desde a década de 90, Marisa e Werner conheceram quase todos os estados brasileiros e países da América do Sul

Casal conta experiência de 300 mil km no motorhome
Casal esteve em Lajeado ontem, na primeira viagem desde o início da pandemia. Foto: Fábio Kuhn

Da alegria em conhecer praias, desertos e belezas naturais da América do Sul. Até a insegurança nas estradas e temor de ter o veículo incendiado. Marisa Martins e Hermann Werner Hädrich percorreram mais de 300 mil km de motorhome pela América Latina.

Embora o veículo tenha sido adquirido em 1994, as viagens longas começaram seis anos depois, quando o casal se aventurou pelo litoral brasileiro. O turismo começou na Praia do Cassino, em Rio Grande, e seguiu até a Vila de Jericoacoara, no Ceará. “Passamos por mais de 80 praias em dois meses”, recorda Marisa.

 Entre os países visitados, está o Chile. Na foto, escultura no Atacama. “O local mais bonito é sempre onde estamos agora”, comenta Marisa Martins

A primeira viagem internacional de motorhome foi para Bariloche, cidade Argentina conhecida pela neve no inverno. O casal passou por lá no outono de 2003, mesmo assim foi possível ver os picos brancos.

De lá para cá, já conheceram a maioria dos estados brasileiros, a orla chilena do Oceano Pacífico e desertos como o Salar de Atacama. Tudo dentro dos cerca de 30 metros quadrados do veículo adaptado com banheiro, quarto e cozinha.

Dizer qual a viagem mais marcante é complicado, afirma Marisa. “Temos boas recordações de todos lugares. O local mais bonito é sempre onde estamos agora”, ressalta.

“Gostosão”

O motorhome que acompanha o casal faz mais de duas décadas pesa quase 10 toneladas e tem 11 metros de comprimento. Nesse período, nunca sofreu nenhum acidente graças a habilidade do motorista Werner.
Próximo aos faróis dianteiros, dois adesivos informam o nome inusitado do veículo: “Gostosão”. Conforme Marisa, a nomenclatura é uma homenagem ao pai, que tinha uma empresa de ônibus em Lajado décadas atrás. Um dos ônibus ganhou o apelido de “Gostosão” por ter um design moderno para a época.

Apertos

Marisa cita diversas situações inusitadas e até perigosas. Relembra 2012, quando uma onda de ataques em ônibus no estado do Rio de Janeiro preocupou o casal. “Levei até cartões antigos e uma quantia em dinheiro para ter o que dar caso fossemos assaltados”, comenta Marisa.

Na época, era corriqueiro incêndios nos ônibus. “A gente passou pela Linha Vermelha. Quando terminamos, vimos na TV que estavam queimando ônibus nessa rodovia”, relembra.

Outro momento de incerteza foi registrado na Bahia, quando o motorhome ficou sem luz num congestionamento à noite. “Conseguimos parar onde estava um caminhoneiro com problemas também. Ajudamos e depois ele iluminou o caminho para nós até o primeiro posto”, conta Werner.

Vale lindo como Europa

Natural de Lajeado, Marisa se tornou conhecida por dar aulas ou chefiar departamentos e direção da Univates. Antes de conhecer mais de 100 países de motorhome ou avião, ela passou por toda a região.

Citando a parte alta e interiores de Lajeado e Teutônia, Marisa afirma que o Vale do Taquari tem tantas belezas quanto países como a Suíça, Alemanha ou Itália. “O Vale do Taquari não perde para esses lugares. É uma pequena Europa em belezas”, ressalta.

Na avaliação de Marisa, a região também se destaca em âmbito nacional pela infraestrutura e qualidade de vida.

Experimento na pandemia

O coronavírus fez o casal abandonar as viagens por mais de seis meses e se isolar na residência, em Rio Grande. Nessa terça-feira, 21, fizeram a primeira viagem até Lajeado para rever os três filhos.

Conforme eles, foi um experimento para analisar como seria uma viagem sem paradas ou contato com outras pessoas. “Paramos só em um posto de Tapes. Fez bem para nós mudar de lugar e correr isolados pelas estradas gaúchas”, analisa Marisa.

O casal destaca que já passou por duas pandemias na estrada: a da H1N1 e Dengue na Argentina, ambas em 2009. Marisa se recorda da fiscalização constante nas fronteiras, onde as rodas do motorhome eram desinfetadas e os ocupantes interrogados sobre a saúde.

Para depois da pandemia da covid-19, o casal já tem planos de viagens. A ideia é conhecer Brasília e Tocantins com o motorhome.

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