O fim de semana foi de paradoxos. No Hospital Bruno Born (HBB), principal referência médica na luta contra o novo coronavírus na região, a informação divulgada no fim da tarde de domingo era de que a UTI-Covid19 estava 100% ocupada. A poucos metros dali, no Parque dos Dick, no centro de Lajeado, dezenas de moradores desrespeitavam as limitações impostas pelo poder público. No Universitário, outros tantos se aglomeravam. Tal como em Conventos. Tal como em diversos bairros da cidade. Já em Santa Cruz do Sul, o governo anuncia multas!
Toda a divulgação sobre necessidade de evitar aglomerações foi desprezada por uma parcela da população. Tudo restou insuficiente. Até mesmo as ações realizadas pelas equipes de fiscalização da prefeitura, com apoio – na medida do possível – da Brigada Militar (foto). Só no fim de semana, por exemplo, os fiscais percorreram os bairros Centro, Moinhos, Americano, Florestal, Montanha, São Bento, Moinhos D´Água, Conventos, São Cristóvão, Universitário e Hidráulica. Foram mais de 4o locais vistoriados, com quatro notificações.
Muitos locais já foram multados mais de uma vez pelas equipes de fiscalização. Porém, nenhuma pessoa física sentiu a responsabilidade no próprio bolso. Já em Santa Cruz do Sul a reincidência dos problemas esgotou a paciência do poder público. Para agosto, estão previstas novas medidas de controle. Ao que tudo indica, haverá multas. Pesadas multas. As penalidades devem variar de infração média, com multa de R$ 326 ao cidadão que estiver na aglomeração com máscara, e infração grave, para quem estiver sem máscara, no valor de R$ 3,2 mil.
Certos ou errados, os dois governos municipais estão gastando a sola do sapato para tentar convencer suas respectivas comunidades acerca da importância de respeitar o distanciamento social. A região de Santa Cruz do Sul já convive com a bandeira vermelha do governo estadual. Já o nosso Vale do Taquari vem flertando com essa mesma cor nas últimas semanas. Certos ou errados, tudo leva a crer que os governos vão aplicar medidas mais duras. E essa sempre costuma ser a última alternativa.
MP, a cloroquina e o Consisa
Após aditar um Procedimento Administrativo de acompanhamento de Políticas Públicas em Lajeado, e incluir o Kit-Covid de Lajeado no processo, o promotor de justiça Neidemar Fachinetto busca verificar a legalidade de um Pregão Eletrônico do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Taquari (Consisa), “em face da noticiada compra de grande quantidade de medicamentos para tratamento precoce da Covid-19, designado como Kit-Covid/19, em face de encaminhamento de diversos municípios integrantes do Consisa”.
Os tucanos e a covid-19
Na sexta-feira, o governador Eduardo Leite (PSDB) confirmou o teste positivo para Covid-19. No mesmo dia, dois membros do PSDB de Lajeado também confirmaram seus respectivos contágios. Primeiro, a vereadora Mariela Portz. Logo após, o Secretário de Meio Ambiente Luís Benoitt – que não optou pelo Kit de Medicamentos “lançado” via protocolo pelo Governo Municipal. Entre os três tucanos, apenas a parlamentar lajeadense apresentou quadro mais preocupante. Segundo ela, com fortes dores pelo corpo. Felizmente, todos passam bem.
Tucanos e a propaganda
O Executivo de Lajeado anuncia mudanças na Comissão Sindicante que avalia um contrato firmado sem licitação entre empresa de publicidade e a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel). É uma simples troca de componentes: sai Rafael Scheeren Grun, e entra Liselote Seibt. Os demais membros, Gisele Cristina Soares, Samara Ribeiro da Silva e Jeferson Henrique Klein, seguem. A mudança foi comunicada ao Ministério Público, que avalia possível ato de improbidade por parte do Secretário da Secel e presidente do PSDB local, Carlos Reckziegel.
Situação de Emergência
O processo de reconhecimento de Situação de Emergência de Lajeado já consta como Reconhecido no site do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) – uma plataforma de auxílio às Defesas Civis. Agora, só falta a publicação da portaria no Diário Oficial da União (DOU) para oficializar. Ah, e ainda faltam 17 dias para vencer o prazo prometido pelo prefeito Marcelo Caumo para a instalação de uma régua para medir o nível das águas.