Expovale e o ano postergado

Opinião

Thiago Maurique

Thiago Maurique

Jornalista

Coluna publicada no caderno Negócios em Pauta.

Expovale e o ano postergado

A decisão de cancelar a Expovale 2020 foi sensata. Assim como outras festas e feiras previstas para acontecer neste ano, o evento que exibe a força do Vale do Taquari teve que ser postergado. Não poderia ser diferente.

Já foram quatro meses de uma pandemia que se sabe quando começa e como acaba, mas não quando termina. O desenvovimento das vacinas avança rapidamente, em se tratando do tempo da ciência, mas o processo é lento quando pensamos em dias e horas no relógio.

Depois da aprovação de vacina seguras, ainda teremos a árdua tarefa de imunizar bilhões de pessoas. Invariavelmente, essa etapa incluirá enfrentar o negacionismo anticientífico e as teorias da conspiração que alimentam movimentos antivacina. A normalidade aconteceria quando pelo menos 60% da população estiver imune. Vai demorar.

Além das questões sanitárias e de saúde, ainda temos uma difícil recuperação econômica. Pesquisas mostram que 70% das empresas amargaram prejuízos, mais de 522 mil fecharam as portas e mais de 63 milhões de pessoas estão recebendo auxílio emergencial, o que dá uma mostra do desemprego que enfrentaremos no pós-pandemia. Economicamente, a Expovale ficou inviabilizada.

A dúvida que fica agora é quando a feira deve ser realizada. Eu defendo que seja já em 2021. Sei que a data já está reservada para a Construmóbil, mas, diante do inusitado, acredito que os organizadores de ambas podem chegar a um consenso: atrasar tudo em um ano. Em muitos aspectos, 2020 já é um ano postergado.

Boa Leitura!

Empresários cobram ações contra enchentes

Prestes a completar cem anos de história, a Acil liderou a reação dos empresários frente aos transtornos e prejuízos causados pela enchente que assolou o Vale no início do mês. Não poderia ser diferente.

Fundada em outubro de 1921, a entidade empresarial mais antiga de Lajeado mantém sua sede no centro histórico – o ponto mais atingido pelas águas – desde 1951. Presidente da entidade, Cristian Bergesch, marcou reunião com o prefeito de Lajeado. Os empresários reunidos cobraram mais eficácia no sistema de previsão das cheias e monitoramento das águas.

Conversei com Bergesch um dia depois da enchente e a ideia é criar um sistema integrado que inclua uma demarcação de até onde a água pode chegar. “Se em Encantado bater 21 metros, é preciso saber quanto tempo depois vai chegar a 27 metros em Lajeado, com sinalização oficial para que todos saibam até onde a cheia pode alcançar.”

Segundo ele, sistemas semelhantes são utilizados com eficácia em países como Chile, inclusive na prevenção de tsunamis, e Holanda. A cobrança dos empresários é pertinente e precisa ser levada a sério. Mesmo que a cheia do rio Taquari tenha ultrapassado marcas históricas, os alertas quanto ao problema não vêm de agora.

No meu primero ano de A Hora, em 2014, fiz matéria sobre o início de estudo conduzido pela UFRGS sobre os riscos de enchentes na bacia Taquari-Antas. A pesquisa serviria de base para uma estratégia integrada de prevenção a desastres e apontava uma série de obras estruturais e outras iniciativas capazes de minimizar os dandos das cheias.

O estudo foi concluído, os apontamentos apresentados e os investimentos sugeridos. Participei de mais alguns encontros sobre o tema, mas a falta de participação de autoridades – e da população em geral – já mostrava que o plano daria em nada. Ou em água. Que não percamos mais tempo.

Marcante e Atual

“Tinha 33 anos quando sofri o acidente. Não tenho sensibilidade nem movimento em 80% do corpo. Mas, depois de estar clinicamente bem, precisava fazer alguma coisa, não queria ser um passivo para minha esposa e para a sociedade. […] Cheguei em casa e contei para minha esposa que iríamos comprar a pizzaria.”  Márcio Dal Cin – Proprietário do Cheff Leon, em entrevista para o caderno Negócios em Pauta de maio de 2020

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