A dificuldade das escolas infantis em meio ao fechamento durante a pandemia foi tema do programa Frente e Verso da manhã de hoje. Delegada regional do Sindicreches, Bárbara Machry Spengler destacou os impactos com a queda superior a 70% nas matrículas das nove creches particulares de Lajeado.
Conforme ela, a maioria dos pais precisou deixar os filhos em cuidadoras e, por isso, não têm condições de manter a matricula nas escolas infantis. “Os pais não têm condições de pagar duas vezes pelo mesmo serviço”, aponta.
Bárbara defende a importância da educação infantil como formadora das crianças. “Não é apenas um local para deixar os filhos. Tem um trabalho pedagógico por trás”, aponta. Ela reforça que as escolas já estão se adequando aos protocolos de higienização e distanciamento para receber alunos.
Na avaliação de Bárbara, “99% dos pais mandariam filhos para as creches”, caso houvesse a abertura.
Bárbara participou de entrevista no programa Frente e Verso na manhã de hoje
Percebe ainda inseguras das crianças fora das instituições de ensino. Conforme ela, muitas ficam em cuidadoras ou passam por revezamento na casa de parentes e amigos dos pais. “Será que esses ambientes seguem protocolos e são seguros? Nas escolas infantis, ao menos as crianças estariam sempre com as mesmas pessoas e em um ambiente controlado”, defende.
Bárbara cita estudos que comprovam a raridade da infecção da covid-19 nas crianças para defender o retorno imediato das instituições de ensino.
Dificuldade financeira
Bárbara administra uma escola infantil no bairro Montanha, em Lajeado. O número de matriculados lá diminuiu de 48 para 12, ainda com pais pagando mensalidade com descontos.
Dos 14 funcionários na instituição de Bárbara, quatro foram demitidos. Outros seguem com os contratos suspensos.
Conforme Bárbara, nenhuma escola particular fechou até o momento. Atualmente, as nove escolas infantis particulares atendem 600 crianças. Dessas, 150 são de vagas compradas pela administração municipal de Lajeado. Caso essas escolas fechem, pode gerar a necessidade de matricular essas crianças nas já lotadas escolas infantis públicas.
Ouça a entrevista completa no link:
