Técnicos da UPA contestam demissões

Radiologistas desligados

Técnicos da UPA contestam demissões

Oito profissionais foram desligados na segunda-feira e substituídos por cinco biomédicos no setor de radiologia. Carga horária das duas categorias motivou troca de equipe

Técnicos da UPA contestam demissões
Univates afirma que troca foi necessária para adequar contrato com município. Foto: Arquivo A Hora
Lajeado

A substituição da equipe na área radiológica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lajeado gera questionamentos de técnicos em radiologia. Na segunda-feira, 21, oito profissionais da área foram demitidos para contratação de cinco biomédicos.

A gestão da UPA é feita pela Univates. Diretor de Serviços em Saúde, Jairo Hoerlle destaca que o principal requisitos para mudança foi a carga horária maior dos biomédicos (40 horas semanais) em relação aos técnicos em radiologia (24 horas semanais).

Conforme ele, foi necessário reorganizar o serviço de imagem para atender o contrato do município, que prevê apenas cinco vagas. “A contratação de biomédicos habilitados em imagenologia, igualmente qualificados e credenciados para o serviço, possibilitou manter o serviço a pleno, mesmo com a redução de vagas”, justifica.

Em texto encaminhado à redação do A Hora, parte dos profissionais demitidos e estudantes do técnico em radiologia criticam a mudança. Principal questionamento é a qualificação dos biomédicos.

“Fomos trocados por profissionais que se formam para fazer exames de laboratório e cursam poucas cadeiras de radiologia”, cita uma das pessoas demitidas, que preferiu não se identificar.

Conforme ela, os oito técnico em radiologia selecionados para atuarem na UPA foram escolhidos entre 134 candidatos. Ela lamenta a demissão repentina e em meio à pandemia de profissionais que “dedicam a vida para aprender sobre radiação ionizante e tudo que a envolve”.

O grupo também questiona “onde está o preceito de proteção radiológica e saúde do trabalhador” uma vez que os biomédicos serão expostos à radiação 40 horas semanais .

Alunos também criticam

A troca da equipe também teria gerado mal estar entre os estudantes do curso técnico em Radiologia, informa um dos alunos. “A área da radiologia é um campo fechado e temos ainda a desvalorização da carreira por parte da Univates”, se queixa o universitário que também preferiu não se identificar.

Segurança e qualificação

Em 2015, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª região confirmou por unanimidade, a sentença que habilita o biomédico a operar aparelhos radiológicos. O caso surgiu quando uma biomédica que trabalhava como técnica em radiologia/mamografia, inscrita no Conselho Regional de Biomedicina, teve a necessidade de se inscrever também, no Conselho Regional de Técnicos em Radiologia, para continuar atuando na área.

Na avaliação de Hoerlle, a lei que determina a jornada reduzida dos técnicos em radiologia dificulta a gestão de escalas e motivou a preferência pelos biomédicos. Afirma que a lei da carga horária é de 1985, entretanto no decorrer de 35 anos “muitos avanços foram registrados na segurança e saúde do trabalhador”.

Hoerlle também garante a qualificação dos biomédicos. Usando o exemplo da Univates, reforça que os estudantes de biomedicina habilitados em imagenologia fazem 500 horas de estágio curricular, além das disciplinas específicas.

O diretor informa ainda que a troca de equipe “não causou descontinuidade dos serviços, nem desassistência à população”.

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