Vereador retira móveis da câmara em meio à cheia e cobra pelo frete

Roca Sales

Vereador retira móveis da câmara em meio à cheia e cobra pelo frete

Presidente do Legislativo de Roca Sales, Adriano Horbach (PTB), contratou empresa da qual é sócio para retirar os bens públicos. Crítica foi feita por opositores

Vereador retira móveis da câmara em meio à cheia e cobra pelo frete
Vale do Taquari

“Enquanto outras pessoas se dedicaram voluntariamente, não medindo esforços para retirar famílias, doar alimentos, retirar pessoas das áreas de risco, o presidente da casa retira os móveis da Câmara de Vereadores com caminhões da própria empresa e depois emite empenhos de R$ 1,5 mil cobrando pelo serviço. É lamentável”.

A declaração e os números retirados do Portal da Transparência foram apresentados pelo vereador Nelson Vasconcelos (MDB) na última sessão da câmara de vereadores de Roca Sales, 20. Segundo ele, o presidente Adriano Horbach (PTB) teria cobrado por retirar móveis e computadores do Legislativo na enchente do dia 8.
No empenho apresentado por Vasconcelos, o nome da empresa contratada é HB Transportes LTDA, da qual Horbach é sócio. Os móveis e computadores foram levados ao clube da cidade que fica a cerca de 100 metros da sede da câmara. Conforme o empenho, o valor foi liquidado em 15 de julho. “Com estes valores poderíamos transportar mercadorias até São Paulo. Isso é inaceitável”, fala.

“Errei”

A reportagem entrou em contado com o presidente do Legislativo na tarde de ontem. Horbach afirma ter chegado no parlamento às 5h da manhã no dia da enchente. “Pedi ajuda ao secretário e coloquei a informação no grupo dos vereradores. Não havia nenhum caminhão disponível. Liguei para o meu sócio e retiramos os móveis e computadores. Minha preocupação foi de defender o patrimônio do Legislativo”, defende.

Segundo o presidente, tudo o que foi retirado foi depositado no Clube Rocasalense. O caminhão da empresa também foi colocado à disposição da prefeitura, que carregou lâmpadas de led que estavam armazenadas em uma garagem.

Em patrimônio resgatado, Horbach estima que mais de R$ 250 mil foram salvos. “Eu me pergunto: se eu deixasse tudo lá? Hoje provavelmente seria culpado”, desabafa.

Questionado sobre o empenhos e a atitude de cobrar pelos serviços, Horbach se diz “realista”. “Olhando agora, vejo que o que eu fiz não foi certo. Sou sócio da empresa e naquele momento pensava em salvar o patrimônio. O frete foi cobrado pelos dias que o caminhão ficou parado pois temos o compromisso com as empresas que deixamos de carregar”, argumenta.

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