Pressão contra modelo une deputados, prefeitos e empresários

Distanciamento em xeque

Pressão contra modelo une deputados, prefeitos e empresários

Reunião entre presidentes das associações dos municípios com o governador Eduardo Leite nesta semana marca mais um episódio para revisão nos critérios das bandeiras de risco. Empresários e entidades representativas também cobram flexibilização para garantir atividades econômicas

Pressão contra modelo une deputados, prefeitos e empresários
Foto: Arquivo A Hora
Estado

O modelo de Distanciamento Controlado do governo estadual une aspectos positivos e negativos, avaliam empresários e gestores públicos. A regionalização para definir as bandeiras, os 11 critérios de pontuação e o uso da capacidade hospitalar instalada embasam as definições e também são motivos para muitos questionamentos e reivindicação para mudanças.

O primeiro elo da sociedade a criticar as imposições para localidades inteiras partiu das entidades de classe. A Federasul e as câmaras de comércio, indústria e serviços defendem mais protagonismo dos prefeitos para determinação do abre e fecha da economia.

“Queremos que os municípios possam gerenciar suas atividades conforme os números locais e não da região. Da forma que está, temos cinco indicadores estaduais que impactam sobre a nota do Vale do Taquari”, argumenta o presidente da Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT), Ivandro Rosa.

Com os indicadores da Região Metropolitana, em que a ocupação hospitalar supera os 80%, o Estado se encaminha para um lockdown. “Não encaminhamos pacientes para esses hospitais. Em 20 municípios da nossa região, não há contágios e mortes há duas semanas. Mesmo assim todos são prejudicados.”

Na tarde de ontem, integrantes das câmaras setoriais, liderados pela Federasul, participaram de uma videoconferência com deputados estaduais. No encontro, abordaram a necessidade de mudanças no modelo de distanciamento. Os representantes empresariais apresentaram uma série de ajustes e cobraram apoio dos parlamentares para que as alterações sejam incorporadas ao sistema.

Mudanças à vista

O Executivo gaúcho se reúne com prefeitos nesta semana. Conforme o presidente da Federação das Associações dos Municípios (Famurs), Emanuel Hassen de Jesus, a data ainda não foi confirmada, mas deve ocorrer até quinta-feira.

Informações extra-oficiais dão conta de que o governador Eduardo Leite e que a equipe do gabinete de crise analisam alterações no sistema de distanciamento, com possibilidade de mais autonomia para os gestores das cidades.

“Vamos debater sobre eventuais mudanças nos decretos. Aguardamos para ver quais serão as propostas do governo”, afirma o presidente da Famurs.

Para Hassen, a federação almeja auxiliar na construção do modelo de distanciamento e reforça que os prefeitos também não aceitarão uma “simples transferência de responsabilidade”. De acordo com ele, ainda que muitos gestores municipais tenham se posicionado contra as decisões das bandeiras, nenhum descumpriu os decretos estaduais.

Uma das mudanças esperada é quanto à tabulação dos índices de contágio e da ocupação hospitalar. No entendimento do prefeito de Lajeado e vice-presidente da Associação dos Municípios (Amvat), Marcelo Caumo, defende que pacientes de outras regiões internados nos hospitais do Vale do Taquari não sejam calculados na região.

De acordo com ele, devem ser incluídos nos dados estaduais e que não interfiram nos indicativos da velocidade de contágio e da ocupação do leito no Vale. Dos 11 critérios, esses dois pontos representam cinco notas. “Essas pessoas não tiveram contatos com a população regional. Não circularam pela comunidade e não representaram novas contaminações”, sustenta Caumo.

Um grande temor de Lajeado era ver o número de internações crescerem devido ao surto da covid-19 no presídio e também à aglomeração causada pela transferência de famílias das áreas alagadiças durante a enchente do dia 8. “Em quase duas semanas não tivemos nenhuma internação desses públicos. Isso mostra que conseguimos controlar muito bem os riscos.”

Com relação aos dados, Lajeado não registra óbitos de moradores faz dez dias. Na semana passada também não houve nenhuma internação de pacientes da cidade, afirma o prefeito.

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