Com sede em Colinas, A cerveja Meridional nasceu quando Ana Paula e o marido Daniel Decker apresentaram uma cerveja artesanal “não tão boa” para o cervejeiro Eduardo Schoedler. “Era festa de aniversário de minha filha. Naquele momento decidimos profissionalizar as cervejas que fazíamos em casa”, comentou Daniel no programa Pra Você desse sábado.
Como eles possuíam uma amizade de anos que iniciou na Meridional Tabacaria, por volta dos anos 2000, decidiram manter o nome da antiga empesa no novo empreendimento. “A maioria das cervejarias artesanais começa assim, com a pessoa fazendo cerveja em casa e querendo se profissionalizar”, aponta Daniel
Atualmente, a cervejaria Meridional atende todo o estado e até Santa Catarina. Para Daniel, o sucesso das cervejas artesanais é resultado de uma lacuna deixada pelas grandes redes de bebidas. “Para eles, era vantagem produzir em grande escala apenas um tipo de cerveja. Mas aí existia uma padronização de sabor. O consumidor ia no mercado e não achava o que queria”, destaca.
Daniel lembra que muitas pessoas importavam cerveja de fora do Brasil para consumirem bebidas frutadas, mais leves ou mais amargas. “Por que importar se podemos fazer aqui?”, questiona.
Daniel destaca que foram oito meses de “papelada” e fiscalizações até a empresa sair do papel. Hoje, afirma que a Meridional tem um público cativo e a maioria é formada por mulheres.
“Gurias sabem o que querem”
O apreço pelas cervejas artesanais fez Raquel da Silva participar de cursos e eventos voltado à produção de bebidas. Só que a inexistência de mulheres nessas atividades fez ela se questionar: “Será que sou a única mulher que gosta de cerveja?”
O resultado dessa pergunta foi a criação do Confraria Delas, um grupo de mulheres que se reúne periodicamente para apreciar uma boa cerveja.
Em entrevista à Rádio A Hora, Raquel contou que a participação de mulheres no grupo surpreendeu. A expectativa inicial era reunir cerca de 25 pessoas, mas no primeiro encontro já foram cerca de 50.
Atualmente, a confraria tem 62 sócias e até criou a própria cerveja artesanal: uma Red Ale. Para Raquel, as mulheres estão cada vez mais interessadas no mercado cervejeiro e criando o próprio gosto para o produto. “Quando vão pedir uma cerveja, as gurias sabem o que querem”, afirma.
Além de apreciar cervejas, a Confraria Delas realiza eventos de cunho social. Já auxiliou entidades como a Casa de Passagem, Liga de Combate ao Câncer, Aapecan e a campanha de Lívia Teles.
Cerva Vale do Taquari
A Associação de Cervejeiros do Vale do Taquari (Cerva) surgiu, em 2013, quando os interessados em produzir as bebidas em casa perceberam a falta de um grupo para trocar ideias e dividir ensinamentos, conta um dos integrantes Márcio Roberto Braun.
Conforme ele, a associação é formada, em sua maioria, por cervejeiros “de fim de semana”, que apenas produzem para o consumo próprio. Com a Cerva, eles têm a possibilidade de participar de palestras e encontros, além de se juntarem para eventos musicais onde tenha cerveja artesanal.
Para ele, a cerveja produzida em casa muda a relação da pessoa com a bebida. “A pessoa não senta só para tomar uma cerveja. Ele quer sentir o aroma, o sabor. Ao invés de tomar seis, ele vai tomar duas”, exemplifica.
Ouça as entrevistas completas no link: