O anexo do Presídio Estadual de Lajeado (PEL), também conhecido como albergue, servirá como um Centro de Triagem para controlar a disseminação da covid-19 entre os apenados. Uma reunião, ocorrida nesta manhã, alinhou detalhes de como vai funcionar esta triagem. Com isso, os cerca de 50 presos que estão nos regimes aberto e semiaberto serão liberados e utilizarão tornozeleira.
Participaram da reunião o Conselho da Comunidade de Assistência aos Apenados do Presídio, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e representantes do Ministério Público, da Vara de Execuções Criminais, da Defensoria Pública e da Associação Lajeadense Pró-Segurança (Alsepro).
Segundo o presidente do Conselho da Comunidade de Assistência aos Apenados do Presídio de Lajeado, Leandro Schierholt, será necessária uma ampla reforma no albergue para que apenados passem pela triagem antes de serem encaminhados ao sistema prisional. “Hoje a triagem é feita dentro das galerias, e isso não é o ideal”, comenta.
O Conselho irá gerenciar a verba para a reforma. Segundo Schierholt, a Susepe deve aportar um valor que varia entre R$ 16 mil e R$ 18 mil. Já a entidade vai buscar o valor restante para adquirir materiais necessários, como ferros. A obra está estimada em R$ 40 mil. Os recursos devem ser fornecidos pela Vara de Execuções Criminais de Lajeado.
Ainda não há previsão de início e conclusão da obra, que deve ser tocada pelos próprios apenados do regime semiaberto
“Não será da noite para o dia”
Conforme Paulo Bogado, da Secretaria de Administração Penitenciária, a implementação do centro de triagem não ocorrerá de imediato e lembra que é necessário a compreensão da comunidade, já que tratam-se de apenados que trabalham e já estão no convívio social.
“O albergue recebe presos do aberto e semiaberto. Serão liberados dois, ou três por dia, e todos receberão tornozeleira eletrônica. É uma operação extremamente complexa, porque não será da noite para o dia”, afirma.
Além da questão da covid-19, ele cita como motivo para a nova modelagem a necessidade de desafogar as delegacias da região. “Temos que evitar que presos venham da delegacia e entrem direto no sistema prisional sem passar por uma quarentena de 14 dias. Por isso se faz necessário o centro de triagem. Sintomáticos ou não, eles serão mantidos em quarentena”, explica Bogado.
Casos confirmados
A urgência de se fazer um centro de triagem fora das galerias do presídio havia sido debatida na última segunda-feira, após reunião do Conselho da Comunidade com a Secretaria Municipal de Saúde. São pelo menos dez casos confirmados de apenados com Covid-19. Conforme Leandro Schierholt, há 65 casos suspeitos da doença no PEL.
Atualmente, no anexo ao Presídio de Lajeado, estão cerca de 50 apenados que cumprem regime semiaberto e aberto. A Susepe não confirma o centro de triagem será temporário ou permanente.
