A expectativa para consolidação de uma vacina contra o coronavírus foi tema de entrevista do programa Frente e Verso na manhã de hoje. Chefe do serviço de Infectologia do Hospital São Lucas (HSL) da PUC-RS, Fabiano Ramos relatou os trabalhos de testagem de uma possível cura da doença.
O Centro de Pesquisa Clínica do HSL foi um dos selecionados pelo Instituto Butantan, um dos maiores centros de pesquisa, desenvolvimento e produção de imunobiológicos do mundo, para realização dos estudos.
Conforme Ramos, a pesquisa já concluiu as fases pré-clinica, 1 e 2. Nessas etapas são realizados testes em animais, ajustes nas doses necessárias em pessoas e avaliação de segurança para ver se não causa reação adversa. Conforme Ramos, são 12 vacinas em fase clínica.
Na terceira fase, que deve iniciar a partir do dia 20 de julho, ocorre a testagem em grupos de pessoas. Os testes devem iniciar pela Universidade de São Paulo (USP) e, depois, expandidos para os outros 11 centros do país.
Ramos estima que cerca de 9 mil voluntários devem participar da pesquisa em todo o país. No hospital gaúcho, ideia é receber cerca de 800 a 850 pessoas. Serão duas doses aplicadas em testes que devem ocorrer por cerca de três meses.
Conforme Ramos, os dados iniciais do estudo devem estar concluídos em dezembro. Empresa chinesa, a Sinovac Biotech, promete iniciar a produção de 60 milhões de doses da vacina contra a covid-19 ainda durante o desenvolvimento do estudo.
Ramos destaca ainda que o Instituto Butantan promete produzir cerca de 100 milhões de doses para a população brasileira.
Resultados positivos
Conforme Ramos, os resultados nas primeiras duas fases animam os pesquisadores. Quase mil pessoas passaram pelos testes com duas aplicações. Cerca de 90% dos testados adquiriram anticorpos 14 dias após a vacinação. Ramos destaca ainda que são registrados poucos efeitos colaterais. Entre eles, febre e dor no local da aplicação do medicamento em teste.
Avanço do vírus
Ramos também mostrou preocupação com a pandemia em Porto Alegre. Conforme ele, o inverno acaba propiciando aumento de infecções virais como o coronavírus. “Está ocorrendo um aumento no número de casos. São pacientes complicados de tratar. Isso gera uma demanda bastante grande e fica complicado do sistema de saúde atender”, afirma.
Ele lamenta ainda a falta de conscientização das pessoas quanto às medidas de distanciamento social. “A gente já viu que se houver a liberação total, vai faltar a parte educacional. Sofremos por uma pequena parte da população que não se responsabiliza pelas atitudes”, percebe.
Entrevista completa no link:
