Passada a enchente da última semana do rio Taquari, uma das maiores da história da região, é hora de iniciar a reconstrução. Dezenas de municípios foram afetados pela elevação das águas, desabrigando centenas de famílias e desalojando tantas outras, que, aos poucos, começam a voltar para casa.
Ao mesmo tempo, gestores, empresas, entidades e famílias estimam as perdas decorrentes da cheia. Os prejuízos, conforme levantamento feito pela reportagem do A Hora ontem, já passam dos R$ 100 milhões. O montante ainda não é definitivo, pois alguns municípios informaram valores parciais, enquanto outros vão divulgar dados oficiais somente após a conclusão do balanço.
Só em Encantado, os prejuízos podem passar dos R$ 50 milhões nas empresas da cidade, segundo uma previsão feita pela Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E). “É uma estimativa, que pode ou não se confirmar. Muitas empresas tiveram prejuízos de estoque. fizemos essa previsão justamente para se antecipar junto ao governo federal, buscando agilidade na liberação de crédito”, avalia.
Para o coordenador da Defesa Civil de Encantado, Diego Pretto, esse montante pode ser ainda maior. “Acredito que passe disso. Tivemos muitas casas danificadas, quatro creches que tiveram um valor considerável em prejuízos com mobiliário afetado”, comenta.
Os municípios preparam seus decretos de situação de emergência e esperam por um rápido reconhecimento do governo federal, para que se consiga a liberação de recursos.
Prejuízos às margens do rio
Em Cruzeiro do Sul, segundo o secretário municipal de Agricultura, Gerson Kolling, os prejuízos chegam a R$ 12 milhões. A maior preocupação é com os deslizamentos às margens do rio Taquari.
“É a situação mais preocupante de todas, pois tivemos três pontos com desmoronamento. Mas também tivemos muitos prejuízos nos bairros, com casas danificadas, e também em uma creche e numa escola municipal”, explica.
Situação semelhante vive Lajeado. Dos R$ 10 milhões contabilizados em prejuízos até o momento, segundo o prefeito Marcelo Caumo, metade é somente com estragos na barranca do rio. “Estamos montando os projetos. Tivemos reunião com a bancada gaúcha, onde apresentamos os estragos, que foram impressionantes”, relata.
