“Não posso assumir os danos que Lajedo teve por falta de informações e um evento atípico”, alegou Heitor Hoppe em entrevista à Rádio A Hora na manhã de hoje. Apresentando boletins da CPRM, o coordenador da Defesa Civil de Lajeado afirmou que os dados encaminhados pela empresa pública foram “inúteis” na previsão da enchente histórica que registrou pico de 27,39 metros na madrugada de quinta-feira, 08.
A participação de Hope no programa Frente e Verso foi contraponto da entrevista da engenheira da CPRM, Andrea Germano. Conforme ela, mais de 30 boletins foram enviados à região com previsões sobre a cheia no Taquari.
Conforme Hoppe, apenas cinco boletins chegaram à Defesa Civil de Lajeado. Inclusive, eles estariam com dados atrasados, na avaliação do coordenador. “Quando eles mandavam o alerta, o nível já estava acima”, se queixa.
Conforme ele, o segundo boletim da CPRM, encaminhado às 10h01min de quarta-feira, 8, apontava o nível do rio entre 23,95 e 24,95 metros para as próximas horas no Porto de Estrela. Entretanto naquele momento, o Taquari já estava com 24,44 metros. “São alertas totalmente inúteis. Não servem para nada”, afirmou.
Conforme ele, apenas às 17h56min de quarta-feira foi encaminhado um boletim apontando que o nível do Taquari ultrapassaria os 27 metros. No momento, às águas estavam nos 26,62 metros. “Dar o palpite quando o resultado já saiu não serve para nada”, reclamou.
Hoppe também rebateu as críticas feitas ao trabalho da Defesa Civil de Lajeado e desafiou os questionadores a apontar quais foram os erros. “As pessoas falam só no discurso. Muitas ajudaram, mas as que mais criticam, não vi no Parque do imigrante (local onde foram abrigados os desalojados)”, lamentou.
O coordenador prometeu processar pessoas que difamaram a sua imagem. “Me chamaram de ‘coordenador de pantufa’. Bolsonaro ficou culpado das mortes na pandemia no Brasil e eu pelos estragos da enchente em Lajeado”, ironizou.
Hoppe ressalta ainda que as águas do Taquari subiram cerca de 80 centímetros por hora durante a madrugada, o que prejudicou as ações do órgão municipal. “Fico triste pelas perdas, mas aliviado por ter feito o possível com dados ineficientes”, concluiu.
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