Cerca de 77% dos alunos usam plataforma digital

ensino público no vale

Cerca de 77% dos alunos usam plataforma digital

Acompanhamento da rede estadual do Vale tem adesão maior do que a média estadual. Por outro lado, análise prévia das atividades mostra percentual baixo de entrega dos trabalhos por parte dos estudantes

Cerca de 77% dos alunos usam plataforma digital
Vale do Taquari

Uma nova etapa do modelo de ensino durante a pandemia começa nas escolas estaduais. Após três semanas de treinamentos, cadastros de professores e alunos, a plataforma “Google Classroom” passa a ser usada para aulas e envio de atividades.

Algumas escolas da região começaram essa a usar essa ferramenta e já conseguem uma prévia da participação dos estudantes. Os dados sobre acessos e entrega dos trabalhos são tabulados por disciplinas, turmas e escola para depois ser repassado à análise da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).

De acordo com a CRE, do total de 20.738 alunos matriculados nas 89 escolas estaduais do Vale, 16.028 (77%) estão cadastrados no sistema. Para alcançar esse índice, superior à média estadual, diz a coordenadora de Educação, Cássia Benini, os professores e diretores fizeram diversos mutirões para auxiliar os alunos e garantir o acesso à plataforma.

Na outra ponta, as escolas não conseguiram chegar para 4.707 (ou 23%) estudantes. Para estes, os colégios disponibilizam os conteúdos de maneira impressa. Conforme Cássia há uma busca ativa para ampliar o número de alunos logados ao sistema. “Estamos satisfeitos, pois estamos chegando para mais estudantes do que a média estadual, por outro lado, queremos mais.”

Chegar a 100% dos alunos é quase impossível, reconhece a coordenadora. Entre os motivos estão diferenças socioeconômicas das famílias e até o alcance dos sinais de telefonia. “Temos índices baixos em escolas pontuais. Algumas por estarem em locais de vulnerabilidade social e outras mais afastadas dos centros urbanos.”

Para chegar a mais lares, o governo do Estado pretende finalizar essa semana o processo para contratação de uma operadora de internet às comunidades escolares. Essa empresa irá fornecer acesso à plataforma “Google for Education” para todos os alunos matriculados na rede pública estadual.

Análise permanente

Diretores, professores e coordenadoria fazem reuniões semanais para análise do funcionamento das atividades virtuais. Além disso, há o monitoramento por parte da CRE das aulas e trabalhos oferecidos aos alunos.

Nesta semana, conta Cássia, as escolas entregam os relatórios de participação. À priori, os alunos estão recebendo os materiais, mas a entrega está abaixo do esperado. “A rede de ensino do Vale tem conseguido se adaptar. Agora os conteúdos têm chegado aos alunos só que os professores relatam que não voltam”, afirma a coordenadora.

Aulas presenciais

Em reunião das coordenadorias de Educação com o secretário estadual Faisal Karam, foram apresentados os comitês educacionais de cada instituição de ensino. Essas organizações serão responsáveis de elaborar os planos de contingência das escolas.

Depois disso, diz Cássia, equipes de saúde do estado passam a avaliar a possibilidade de uma retomada gradativa e escalonada das aulas presenciais. “A escola não será a mesma. Sabemos disso. Não será possível ter todos os alunos juntos. Por enquanto não temos previsão de retomada”, realça Cássia.

O governo estadual abriu uma consulta para a população votar em qual cenário seria mais indicado a volta das aulas. Foram ouvidas 1.520 entidades representativas. Espera-se para esta semana o resultado da pesquisa.

Aumento da evasão

O Colégio Castelo Branco, de Lajeado, é a maior escola pública da região. São quase mil alunos matriculados. Entre 70 a 75% fizeram o cadastro na ferramenta digital, afirma o diretor Marcos Dal Cin.

As atividades começaram a ser enviadas na segunda-feira da semana passada, conta. Pela análise inicial, pouco mais de 50% dos alunos entregaram os trabalhos. Houve também aulas por videoconferência dentro da plataforma digital. “É algo novo para alunos e professores. Neste início, é normal que existam dificuldades”, realça.

O menor percentual de entrega está nos anos iniciais do Ensino Fundamental e nas turmas do noturno. “São dois extremos. Primeiro os mais jovens, que chegaram a pouco no colégio e do outro alguns com 17, 18 e 19 anos, que já trabalham. Neste caso, o estudo fica em segundo ou terceiro plano.”

Nas reuniões entre professores e diretores, uma preocupação crescente é justamente com a evasão desses alunos. O momento de pandemia, a preocupação com o sustento ou ajuda financeira às famílias afasta esses jovens da escola. “Nosso temor é que na volta às aulas, esses alunos abandonem a escola”, estima o diretor.

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