Em meio a duas enchentes em menos de uma semana, o governo de Lajeado começa a se preocupar com outro problema: um possível surto do coronavírus nos desalojados pelas cheias. Pelo menos, três adultos que estavam no Parque do Imigrante (local onde estão as famílias atingidas pelas águas) apresentaram sintomas gripais.
Conforme o secretário de Saúde de Lajeado, Cláudio Klein, eles foram atendidos no próprio parque ou encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Dois casos suspeitos foram registrados ainda no fim de semana. Uma das pessoas foi levada para a casa de familiares e outro adulto isolado no próprio parque. O terceiro caso suspeito se constatou nesta segunda-feira.
No programa Frente e Verso da manhã de hoje, Klein informou que os três adultos deverão fazer o teste PCR para coronavírus. Outra ação, caso seja confirmado a infecção, será identificar as pessoas com quem os pacientes tiveram contato.
Klein participou do programa Frente e Verso na manhã de hoje
A preocupação maior do governo é em função da quantidade de pessoas no Parque do Imigrante durante a cheia do Taquari. Cerca de 250 pessoas de 59 famílias foram alojadas de forma temporária. O número de voluntários que passaram pelo local também chega a 250 pessoas.
Klein destacou que o protocolo de higienização constante e uso de máscaras foi respeitado. Entretanto, foi complicado manter o distanciamento durante o processo de mudança dos móveis e atendimento dos desalojados.
O secretário também tranquiliza a população e destaca que problemas respiratórios gripais são normais neste período do ano.
Bandeira laranja
Conforme Klein, os números do Hospital Bruno Born seguem parecidos com os dados das últimas semanas, o que garantiu a manutenção da bandeira laranja na região. Informa ainda que a maioria dos pacientes internados na UTI são de fora.
Kit de medicamentos
Klein também falou sobre o kit de medicamentos adotado por Lajeado. Entre as 11 medicações está a cloroquina. Reunião da Amvat, às 14h de hoje, discute a adoção do protocolo de remédios em âmbito regional.
O kit de medicamentos foi aplicado para cerca de 45 apenados do Presídio Estadual de Lajeado. Eles estavam isolados em uma das galerias por apresentarem sintomas idênticos a da covid-19. Klein percebe que o uso dos remédios na prisão registrou resultados positivos. “No máximo, sentiram dores musculares e dor de cabeça. Entendemos que a medicação fez seu papel”, afirma.
O secretário também lamentou a “grenalização” das discussões sobre o uso da cloroquina nos primeiros dias de sintomas. “Não existe confirmação se faz bem ou não, temos que procurar constantemente novas evidências para ver se estamos no caminho certo”, defende. Klein também lembrou que a cloroquina já é utilizada faz mais de 70 anos.
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