“A gente não quer é que daqui a uma semana tenhamos um boom de casos”, alerta o infectologista do Hospital Bruno Born (HBB) de Lajeado, Guilherme de Campos Domingues. Em entrevista à Rádio A Hora nessa manhã, destacou a preocupação com a contaminação da covid-19 na região.
Conforme Domingues, é necessário que as famílias desalojadas reforcem o uso das máscaras. Outra recomendação, em especial para as pessoas que estão em abrigos temporários, é manter o distanciamento social e identificar caso alguém tenha sintomas da covid-19. “O surto em um grupo de 200 pessoas pode causar uma contaminação em grande escala regional”, previu ao citar a quantidade de desalojados no Parque do Imigrante, em Lajeado.
Domingues também lamentou o fato de haver uma enchente histórica em meio à pandemia do coronavírus. “2020 está sendo um ano atípico”, conclui.
Outras doenças
Além da covid-19, o infectologista relata que as inundações tendem a aumentar casos de leptospirose. Ele esclarece que, quando a água do rio sobe, ela pode se misturar com o esgoto e ser infectada pelo vírus.
Para evitar a infecção, é preciso evitar ter contato com a água da enchente. Domingues cita que a pessoa pode se infectar até no momento de lavar o chão descalço ou se tiver os calçados encharcados.
A leptospirose tem como principais sintomas a febre, dores musculares, náuseas e falta de apetite. Os primeiros sinais são detectados entre dois e 14 dias. “É parecido com a covid-19. Será um desafio”, prevê.
Domingues também cita o Aedes aegypti na região. Embora seja inverno e o mosquito se proliferar mais no local, ele percebe a importância das pessoas não deixarem acúmulo de água parada nas residências.
