Os dados estão disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São públicos. Hoje, a principal cidade do Vale do Taquari possui 30 partidos com ao menos uma pessoa filiada. Entretanto, apenas 12 desses estão aptos e registrados para o pleito municipal de outubro (ou novembro). Juntas, essas 12 siglas somam 5.756 correligionários. Mas nada impede que os militantes de outras “agremiações” também busquem suas próprias trincheiras nesta batalha!
Oficialmente, a nossa “peleia” eleitoral em Lajeado envolverá PP, PSDB, MDB, PTB, PT, DEM, PSB, PODEMOS, PSL, PL, Republicanos e PSC – este último entrou na briga por meio de uma decisão judicial. Não constam nesta lista alguns partidos bastante tradicionais e representativos na cidade. Com destaque para o PDT, cujo número de filiados informado pelo TSE surpreende. São 1.051 correligionários ainda ligados à sigla do lendário Leonel de Moura Brizola.
Também estão fora da briga – ao menos oficialmente, eu reforço – siglas como o PCdoB, com 64 filiados; o Cidadania, com 55; o PV, com 51; o Partido NOVO, com 37; o PSD, com 36; o PMN, com 28; o PSOL, com 15; o Solidariedade, com 14; o Patriotas, com 11; e o REDE, com apenas oito correligionários. Ainda entre os partidos não registrados para o pleito deste ano, três possuem apenas um filiado: PCO, PRTB e PMB.
Confesso que tenho certa dificuldade para diferenciar um partido do outro. Parece-me um grande emaranhado de interesses obscuros. É a velha expressão: mais do mesmo. E esse alto número de siglas é uma realidade nacional. Não é exclusividade dos lajeadenses. A explicação mais simplória para tentar justificar o risível exagero é o fato do Brasil ser uma nação gigante e heterogênea e, diante disso, seria necessário um alto número de legendas para garantir representatividade a todos os diferentes grupos da nossa sociedade. Pura balela!
Um grande emaranhado de interesses obscuros. É a velha expressão: mais do mesmo”
Diante do escracho, uma pesquisa inédita foi realizada pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e, conjunto com a nossa Fundação Getulio Vargas (FGV). Timothy J. Power, diretor do Programa de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, resumiu sua conclusão. “Os partidos no Brasil estão sendo criados por outras razões, não para defender bandeiras”. É algo óbvio para quem acompanha minimamente a política nacional. Hoje, não há sombra do comprometimento ideológico de outrora na imensa maioria dos partidos.
A mesma pesquisa – divulgada em 2018 – distribuiu a deputados e senadores um questionário com perguntas sobre economia, controle fiscal, reforma política e aborto. E o resultado é um tanto quanto óbvio: as 25 legendas que possuíam representação na Câmara apresentaram posições semelhantes. “Pelos 20 assuntos que a gente mediu, dois partidos representariam razoavelmente e de forma coerente a sociedade. Um estaria mais à esquerda (40% das cadeiras) e outro mais à direita (60% das cadeiras)”, disse o professor César Zucco, da FGF.
E quantos partidos seriam suficientes para Lajeado?
Família Brönstrup
Em Estrela, as recentes postagens da viúva do ex-prefeito Celso Brönstrup, Mariza Casagrande Brönstrup (e), agitaram o meio político. Ela afirmou nas redes sociais que participará “ativamente” das eleições. Nos bastidores, o PSD avalia o nome dela para concorrer à vice-prefeita, em uma dobradinha com o ex-secretário da Saúde, Elmar Schneider (PTB) – o partido também avalia o nome de João Carlos Scheffer para o cargo. Já a filha do ex-prefeito (falecido em 2014), Martina Brönstrup (d), está confirmada como pré-candidata à vereadora pelo PSD.
Auxílio Emergencial
O polêmico Auxílio Emergencial segue pautando as “mídias tradicionais” Brasil afora. E também a este colunista. O Tribunal de Contas do Estado (TCE/RS) detectou indícios de possíveis irregularidades no recebimento da primeira parcela dos R$ 600 por agentes públicos, ativos, inativos e pensionistas, vinculados a órgãos estaduais e municipais. O estudo foi encaminhado ao Tribunal de Contas da União e à Controladoria Geral da União.
São 12.957 casos com possíveis irregularidades, sendo 3.024 da esfera estadual e 9.933 da esfera municipal. Inativos e pensionistas representam 89% dos casos na esfera estadual e 32% na municipal. Ainda em relação aos municípios, os estagiários representam, aproximadamente, 24% dos casos. A soma dos valores pagos com indícios de irregularidades é de R$ 9,1 milhões. E se confirmada, precisa voltar aos cofres do contribuinte!
Castelo x Aluguel
De acordo com os números anunciados pelos vereadores de Teutônia, a construção da sede própria do Legislativo – inaugurada ontem – custou cerca de R$ 2,4 milhões. E isso é o equivalente a 48 anos de pagamento de aluguel do antigo espaço, que girava em torno de R$ 50 mil anuais. E a pergunta é: precisava tanto?