A dificuldade de ensinar ficou mais visível em períodos de aulas remotas em que pais tiveram de assumir o papel de pedagogo. Esse foi um dos assuntos abordados pelo ator global e ex-professor Werner Schünemann, em entrevista para a Rádio A Hora 102.9 na manhã de hoje.
Schünemann também é padrinho do Pense, programa do Grupo A Hora que tem como objetivo valorizar os profissionais da educação. Para ele, há diferença nas qualidades necessárias para ser um bom pai e um bom pedagogo. “Sempre fui contra a muita matéria em casa, pois o pai é um péssimo pedagogo. Pai precisa ser pai, não professor”, defende.
Agora que as famílias precisam suportar a carga do ensino, Schünemann acredita que o professor pode sair valorizado perante à sociedade. “Tem uma frase minha que se tornou pensamento. Digo que o professor precisa ganhar o mesmo que um juiz”, defende.
Para Schünemann, é estranho o fato da sociedade não valorizar o profissional que é responsável pela educação das crianças, citando que a categoria docente pode estar abalada pelos baixos salários e condições de trabalho insalubres.
O ator destacou estar orgulhoso em ser padrinho do Pense. “Para trabalhar o futuro, escolhemos algumas trincheiras. A saúde e educação são fundamentais”, conclui.
O Pense incentiva a criação de projetos individuais e coletivos na sala de aula, além de premiar os professores, alunos e escolas destaque. É financiado pelo Fundo Assinante Solidário do GRUPO A HORA com parceria da Univates, 3° Coordenadoria Regional da Educação (CRE), Cron e Dale Carnegie.
Sem projeto para educação
Schünemann também fez críticas ao governo federal e destacou que falta um projeto a longo prazo para a educação. Para ele, a tecnologia impõe mudanças drásticas no ensino impossíveis de se prever, entretanto há fatores que a administração pública deveria controlar para garantir educação de qualidade.
“Por exemplo, se fala em escola integral, mas não há um planejamento para isso ocorrer em um prazo de tempo”, pontua.
Para ele, a falta de um projeto educacional é um “preconceito social” e a manutenção do status quo, com ricos continuando ricos e os pobres amargando a miséria.
Desmonte da cultura
O ator global também criticou o fim de linhas de crédito voltadas para a área cultural. Conforme ele, o Brasil se espelhava em modelos europeus de financiamento público, o que vem se perdendo no atual governo. “É desconcertante o desmonte na cultura”, classificou.
Destacou ainda que os atores foram penalizados com a pandemia em função da impossibilidade de gravações ou presença de plateias em atividades culturais. “As medidas de distanciamento impactam diretamente o nosso trabalho”, reforça.
Schünemann também lamentou a polarização ideológica do atual governo, maior até que em épocas de ditadura.
A entrevista completa no link: