“Quem precisa pode pegar”. Esses são os dizeres estampados em um cartaz simples, feito a mão e pendurado por dois prendedores de roupas na grade de uma casa em Arroio do Meio. Em sua companhia, estão peças de roupas femininas e masculinas. Uma imagem não comum no dia a dia, mas que tem se tornado rotina na vida da professora Jaqueline Weber, 49 anos, e de quem passa pela sua residência.
Com a pandemia, Jaqueline aproveitou o tempo livre para, além de outras coisas, arrumar o guarda-roupas. O que não era mais usado pela família, mas em boas condições, ela separou. “No início eu não sabia bem o que fazer com essas roupas, mas como eu faço questão sempre de compartilhar o que está sobrando, me surgiu a ideia de colocar os itens na grade dos fundos da minha casa, sendo que por ali, quase que diariamente passam pessoas mais necessitadas”, explica.
Segundo a professora, ela não busca saber quem se beneficiou dos itens, apenas saber que fez algo de bom para alguém é o suficiente. “Fiz da grade de minha casa um varal de roupas e fico muito feliz e grata quando no final do dia eu vou lá e vejo o varal vazio”.
Essa não é a única ação social que a professora pratica, já fez doações de pães, biscoitos e calçados. E para os bichanos de rua, já disponibilizou ração e água. Para Jaqueline, o sentimento que fica é o de gratidão. “Temos sempre que ser solidários, ao invés de ficar remoendo os problemas. É uma bênção você poder compartilhar aquilo que está a seu alcance com quem mais precisa”, revela.
Com o objetivo de incentivar outras pessoas a terem atitudes positivas, a professora publicou uma foto do “varal criativo e solidário”, na sua página no Facebook. “Você sempre terá algo em casa que poderá ser muito mais útil para outra pessoa e, com certeza, continuarei com as doações sempre que puder”.