Uma região fonte de exemplos

Opinião

Ardêmio Heineck

Ardêmio Heineck

Empresário e consultor

Assuntos e temas do cotidiano

Uma região fonte de exemplos

Lajeado

Quando paramos há 90 dias, acossados pelo coronavírus e por uma pressão horrível da grande imprensa e redes sociais, tudo era uma interrogação deprimente. Empresas cerradas, pessoas recolhidas, cidades vazias. O que fazer? Pois a região sacudiu a poeira e agiu. Teve atitude.

Contamos os trocados para ver como subsistir até o furacão passar. Mantivemos projetos de investimento e de vida, isolamos nossos entes queridos de alto risco. Aderimos, de forma ordeira, aos protocolos de prevenção recomendados. Nos unimos, fizemos alianças estratégicas, enfrentamos e nos adaptamos às bandeiras do Governo do Estado. Nos vacinamos contra a grande mídia sensacionalista e facciosa, os políticos oportunistas e a polarização e discussão idiotas de assunto tão grave. E, em fazendo assim, “domamos o touro”, aprendemos a viver nesta controvérsia e produzimos modelos e bons exemplos.

Ao conceber este artigo jamais pensei que inseriria a tristeza que sinto pela perda, quinta de manhã, do amigo jornalista Milton Bernardo. Conheci Milton há mais de década na Rádio Encantado, reconhecendo nele um grande profissional e pessoa humana inigualável. Personifica um dos grandes exemplos que o Vale do Taquari gerou no trato desta pandemia: uma imprensa regional séria, isenta que informa com fidelidade.

Querem outro? O rápido alinhamento de entidades regionais na busca de soluções e no enfrentamento de fatores externos nocivos e injustos. Amvat (Prefeitos), Codevat (comunidade), CIC Vale do Taquari (empresários) e Univates (pesquisa, laboratórios, clínica) lideram Comitê de Crise em plantão permanente. Quando a bandeira vermelha nos assolou, não nos prostramos. Empresas e pessoas, mesmo que já apavorados, olhos arregalados e coração na boca, olharam ao redor e tiveram atitude.

Surge então outro modelo “made in Vale do Taquari”: a ação cirúrgica na solução das causas que nos empurraram para aquela bandeira horrível. Mercê de aliança público/privada que poucas regiões têm, gerenciamos a questão das UTIS, reabrimos frigoríficos, aparelhamos hospitais, passamos a agir pontualmente nas fontes potenciais de contágio.

E agora, com o “Testa Lajeado”, pesquisa liderada pela Univates, de novo saímos na frente. Passamos a ter dados nossos, confiáveis e não manipulados, que apontam que o “bicho” existe e é perigoso, mas não nos níveis alardeados. Saímos do aleatório, do apocalipse da grande mídia e dos políticos oportunistas para a realidade insofismável de uma pesquisa. Se feita em toda a região, vamos aprimorar mais ainda nossas ações.

Nesta semana, ainda, o prefeito de Lajeado, com a expressão de guri que ganhou o brinquedo que tanto sonhou, anunciou que nenhum leito da UTI do HBB é ocupado por paciente da covid, noticiando-se, ainda, que a ocupação de UITs para Covid caiu a 25,4%.

E agora, num ato pioneiro e corajoso, grupo de vinte médicos lançou coquetel de remédios para auxiliar os contaminados pela covid. Incluindo a cloroquina e a hidroxicloroquina, sem ligar para os do contra só porque o governo federal é a favor. Pautaram-se em pesquisas médicas, científicas e fáticas como a Índia, com os menores índices de letalidade e estados do Norte do País, como o Pará, que minimizaram seus índices crescentes de mortos, com coquetel parecido. Ele é de uma lógica incrível. Age para conter o avanço do vírus nos primeiros cinco dias. Conteve, curou. Se não curou – daí em índices mínimos –, busca assistência mais especializada em hospitais.

Amigo Milton, descansa em paz. O Vale do Taquari que ajudaste a construir permanece na vanguarda. Singelo, trabalhando em silêncio, unido, mas com atitude consciente para manter as conquistas obtidas e avançar sempre.

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