A “chapa esquentou” em 2010

Campanha histórica

A “chapa esquentou” em 2010

Jornalista do Grupo A Hora, Rodrigo Martini, acompanhou de perto a trajetória do Lajeadense na competição.

A “chapa esquentou” em 2010
Lajeado

A minha relação com o Clube Esportivo Lajeadense iniciou faz quase quatro décadas. Eu nasci em 1982. E morei durante os sete primeiros anos de vida no Edifício Canela, construído a poucos metros – poucos mesmo – do antigo Estádio Florestal. Meu avô, o saudoso Vigore Martini, ajudou a construir aquele estádio entre os anos 50 e 60, assim como boa parte da sociedade lajeadense. E a grande paixão dele era levar os netos para assistir aquelas aguerridas partidas no duro gramado do “velho casarão”.

Vivenciamos momentos de glórias no início da década de 90. Gelson, Leco, Vandeco, Paulão, Ênio, André. Everton Giovanella. Que time! Por capricho do destino, e duas décadas depois, o mesmo Everton Giovanella – desta vez Diretor do clube – entrava em campo junto com o jovem time do Lajeadense, naquela fria noite de junho de 2010. Após 11 anos longe da elite do futebol gaúcho, o Alviazul estava prestes a voltar para o seu devido lugar.

Mas essa história de reencontros entre Giovanella´s e Lajeadense – o presidente na época era Nilson Giovanella – iniciou em 2008. Naquele ano, a dupla começou a retomada do clube que, fazia algum tempo, vivia na penumbra. E foi naquele mesmo ano que iniciamos a menor torcida organizada do interior do Estado: a “Chapa Quente”. O nome é alusivo à chapa de concreto da churrasqueira da antiga Galeteria Alviazul, “colada” ao Estádio, e que também era utilizada para a galera “espiar” os jogos.

Eu, Jones Fiegenbaum, Fábio Klaus, Júnior Bremm, Marcelo Diedrich, Juliano Lopes e mais uma meia dúzia de malucos levávamos a sério os 90 minutos de jogo. Fazíamos barulho, mesmo. Um tanto sem ritmo e organização. Do jeito que tinha de ser. Infelizmente o sonhado acesso bateu na trave em 2008 e 2009. Ficou tudo para a véspera do centenário do clube. E aquele dia 19 de junho de 2010, que iniciou chuvoso e finalizou alegre, foi recompensador para quem acreditou desde o início da retomada.

Eu já estava trabalhando como repórter de campo naquele ano – e a Chapa Quente ganhou novos adeptos e nomes. Acompanhei os bastidores daquela conquista. As orientações de Luiz Freire e Everton Giovanella. A experiência de Serginho no meio campo. A gurizada dando o sangue e comendo grama a cada partida, e, ao mesmo tempo, levando puxão de orelha após as baladas na noite lajeadense. Coisas de clube grande!

Por fim, a derradeira vitória de 3×0 sobre o “Cruzeirinho”. Está entre as coberturas mais valiosas da minha vida de jornalista. Só quem esteve lá, só quem viveu aquele momento vai lembrar a atmosfera que tomou conta do Velho Florestal. Eram milhares de jovens e adultos. Homens e mulheres. Netos, filhos e filhas. Vovôs e vovós. Todos entoando um mesmo cântico. “Ôôô, o Alviazul voltou, o Alviazul voltou, o Alviazul voltou”. Foi de arrepiar.

Que tudo isso se repita o mais breve possível. O nosso Lajeadense merece!

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