O primeiro efeito da cloroquina parece mesmo ser a histeria. Uma histeria coletiva. Não está prescrito na bula, é claro. Mas é isso que o polêmico medicamento vem causando em solo nacional. Muitos defendem de forma ferrenha – incluindo o nosso presidente da República, Jair Bolsonaro. E o contrário é tão ou ainda mais intenso. Em Lajeado, o secretário municipal de Saúde, Cláudio Klein, anuncia um protocolo para uso preventivo de 11 medicamentos no combate à Covid-19. Entre esses, cloroquina e hidroxicloroquina. Por óbvio, causou alvoroço.
A notícia causou a mesma histeria verificada desde que o presidente passou a defender publicamente a cloroquina. Alas da Esquerda se posicionam duramente contra o uso do medicamento. Entre os argumentos, o temor em relação aos possíveis efeitos colaterais, e também as escassas confirmações científicas acerca do uso destes medicamentos no combate ao novo coronavírus. São razões plausíveis. Mas todos sabem que existe um “algo mais” neste debate. Afinal, e não à toa, é comum misturarem “alhos e bugalhos” nas análises.
Por outro lado, existem pesquisadores alentando para o uso da cloroquina em pacientes precoces – ou seja, que não estejam em um quadro mais grave da doença. Voltando a Lajeado, o modelo é inspirado no protocolo do Estado do Pará, um local em que aparentemente o vírus vem sendo bem controlado. O documento foi finalizado ontem – restavam detalhes dos “fatores de risco” – e será apresentado amanhã aos profissionais da Rede Básica Pública de Saúde. Sempre lembrando que, certo ou errado, nenhum paciente será obrigado a aceitar.
Por fim, é preciso reforçar que o protocolo é balizado por 20 médicos que atuam no município. São eles: Francisco Cosme Costa; Sandra Helen Cabral; Adriana Sassi Nunes de Souza; Aline Scapini Caumo; Jussara Bohn; Nara Regina Lessa Pimentel; Suzana Elesbão de Borba; Mercedes Saraiva Rubim; Rogério Luís Cabral; Rosane Jost Gravina; Regis Dewes; Ilone Riedner Barghouti; Eduardo Atkinson; Raquel Tavaniello; Marcia Beatriz Hexsel Abichequer; Paulo Tavaniello; Cláudia Barros Coelho; Thaís Fernandes; Daphne Dalpian Bonfiglio; e o próprio Cláudio Klein.
Auxílio emergencial
A lista de beneficiários do Auxílio Emergencial de R$ 600 segue gerando intrigas. Ao que tudo indica, o Governo Federal precisa endurecer as regras. Restou claro que muitos receberam o benefício sem necessidade para tal. Aliás, o constrangimento pós-divulgação dos nomes deve fazer com que essas pessoas pensem duas vezes antes de solicitarem outro recurso público.
Ao mesmo tempo, as investigações sobre fraudes no recebimento do auxílio devem atingir muitas pessoas. E isso já está incomodando. Na cidade de Espumoso (RS), por exemplo, um fato estranho. O juiz Daniel da Silva Luz concedeu liminar a um suspeito de fraude, impedindo a divulgação de uma reportagem da RBS TV sobre o caso. Certo ou errado, é caso de censura.
O bode na sala
Mariela Portz e Ildo Salvi colocaram o bode na sala. Essa é a verdade sobre o PL que sugere a redução de 43 para 24 CCs na Câmara de Lajeado. Os dois vereadores do PSDB sabiam desde o início que a proposta dificilmente passaria pelos demais parlamentares. Muito em função disso, optaram por linhas tortas, naquela linha de que “os fins justificam os meios”. Certos ou errados, eles alcançaram um dos objetivos.
A população já sabe quem é contra e quem é a favor da economia de R$ 6 milhões na próxima legislatura. Ontem, os parlamentares votaram o requerimento para que a Mesa Diretora apreciasse um pré-projeto dos tucanos para redução de 19 cargos comissionados. Além de Salvi e Mariela, e para decepção de boa parte dos eleitores, apenas os colegas Carlos Ranzi (MDB), Neca Dalmoro (MDB) e Fabiano Bergmann (PP) foram favoráveis. Todos os demais foram contra.
Oficina em Estrela
Norberto Fell (Cidadania) é um dos poucos opositores ao prefeito de Estrela, Carlos Rafael Mallmann (MDB). Na semana passada, ele afirmou que uma Mecânica pertencente a um parente em 2º grau do chefe do Executivo prestou serviços e forneceu material ao município em 35 oportunidades em 2019, e nove em 2020. Todas sem licitação. Ele quer explicações.
Eleições em 2020
Após reunião virtual entre TSE, parlamentares e especialistas na área da saúde, ficou pré-definido o adiamento das eleições municipais de outubro. Uma ala sugere os dias 15 de novembro (1º turno) e 29 de novembro (2º turno). Outros querem o 2º turno em 6 de dezembro. Muitos prefeitos e vereadores queriam ficar até 2022. Para eles, a decisão de ontem foi um banho de água fria.