Profissionais que serão demitidos da Usina de Tratamento de Lixo (UTL) de Estrela se reuniram na manhã de ontem, 16, para cobrar explicações do governo. Principal crítica do grupo foi a demissão repentina informada por telefone aos ex-funcionários na segunda-feira, 15.
Conforme a administração municipal, os profissionais eram empregados em regime de contrato de emergência. Desde fevereiro, estavam afastados do trabalho devido ao perigo na operacionalização das prensas, falha apontada pela Setor de Segurança do Trabalho.
Após, devido à pandemia do coronavírus, foi mantido o afastamento dos funcionários respeitando medidas dos decretos publicados pelo município para evitar a proliferação da doença. Os trabalhadores receberam salários, vale-alimentação e férias atrasadas nesse período.
Durante o movimento na prefeitura, funcionários citaram que os desligamentos teriam ocorrido no dia 8 de junho. Entretanto o governo de Estrela ressalta que os contratos seguem vigorando até o fim de junho.
Rejane Bronstrup é uma das profissionais que será demitida. Conforme ela, em reunião no mês de maio, o governo garantiu a manutenção dos empregos, o que não se concretizou. Sem diretos como o seguro desemprego, ela prevê dificuldades em se manter após a demissão.
“Deveria ser avisada antes. Eu tenho 52 anos. Não é tão fácil conseguir um emprego em meio à pandemia”, lamenta.
Funcionária da Usina de Tratamento de Lixo faz 10 anos, Marines Simão foi informada por um colega da demissão e se queixa da forma como foi desligada. “Não chegaram nem a me ligar”, afirmou. “Levei um choque. Não sei o que fazer agora”, desabafa.
Os ex-funcionários foram recebidos pelo secretário do Meio Ambiente, Gaspar Franco. Conforme ele, as demissões ocorreram pelo impossibilidade de iniciar os trabalhos com o agravamento da pandemia e dificuldades financeiras do Executivo em realizar melhorias necessárias na estrutura da usina.
Terceirização do serviço
Em nota, a assessoria de imprensa de Estrela informou que a triagem não está ocorrendo atualmente na UTL. Uma licitação foi aberta para operação da usina e central de triagem. As propostas devem ser recebidas até o dia 9 de junho.
Ao mesmo tempo, a administração também busca interessados no transbordo, triagem e destinação final do lixo em outras cidades. “Temos essas duas possibilidades. Hoje, o Executivo não tem condições de realizar as melhorias necessárias na UTL para manter os empregos”, destacou o secretário do Meio Ambiente em encontro com os ex-funcionários.
Conforme Franco, expectativa é que a empresa que realizará o serviço de triagem recontrate os profissionais demitidos.
