Comércio gaúcho amarga retração de 13% em abril
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impacto nos negócios

Comércio gaúcho amarga retração de 13% em abril

Pesquisa do IBGE mostra que o setor de vestuário, tecidos e calçados foi o segundo com mais perdas durante as restrições impostas pela pandemia, com queda de 78%. Só atrás do ramo da papelaria, que teve uma queda de 85%

Comércio gaúcho amarga retração de 13% em abril
Vale do Taquari

O mês de abril foi difícil para as empresas gaúchas. Em dez setores da economia, as vendas caíram 13,1% no RS em comparação ao mês anterior. É o que mostra a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).

Trata-se do pior resultado desde 2000, ano em que o diagnóstico começou a ser feito.

Entre os setores mais atingidos estão os setores da papelaria (venda de livros, revistas, jornais e outros) e de tecidos, vestuário e calçados (Veja os índices no boxe).

“Foi o período em que a região estava em bandeira de risco vermelha e os estabelecimentos ficaram fechados por semanas”, relembra. De acordo com ele, em consulta aos empresários da cidade, se chegou a um percentual de perdas na receita acima dos 70%.

A partir da segunda semana de maio, diz Mallmann, começou a haver uma melhora. Ainda assim, os negócios estão bem abaixo em comparação com o mesmo período do ano passado. “Temos relatos de lojas vendendo 40% a 50% do que vendiam antes. Isso já era esperado, pois ainda há muita insegurança.”

Apesar do comportamento menor de consumo dos clientes, o presidente da CDL também afirma que as últimas quatro semanas foram de recuperação. Com a bandeira de risco laranja há mais confiança das pessoas em saírem, diz Mallmann.

Essa percepção é compartilhada pelo presidente do Sindilojas da região, Francisco Weimer. Ainda com a volta do movimento nas lojas, realça que as perdas foram grandes. “Tivemos de duas a três semanas de dificuldade em abril. Isso piorou na primeira semana de maio, quando não foi possível abrir no Dia das Mães.”

Conforme Weimer, a data é a segunda mais importante do ano. “Foram vendas que não se recuperam mais.”

Dos dez setores analisados pelo IBGE, apenas os hipermercados e supermercados tiveram evolução. Pela análise da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), o ritmo de negócios vem em declínio em comparação ao início da pandemia, quando muitas pessoas procuraram os estabelecimentos para estocar produtos em casa.

“O lojista precisa se reinventar”

Reduzir custos, apostar em novos canais de comunicação e melhorar o relacionamento com o cliente. Esse é um caminho sem volta para os empresários em meio à pandemia, afirma o presidente da CDL.

Para Aquiles Mallmann, o período de restrições nos negócios mostra a necessidade de buscar soluções. Um dos impactos tem sido a transição de lojas para ruas paralelas da Júlio de Castilhos. “O aluguel é a principal despesa fixa. Em alguns casos passa dos 50% da despesa. Neste momento, os lojistas estão cortando despesas.”

Outro movimento fundamental é priorizar os negócios locais. “Essa hora temos que nos proteger. Ajudar aqueles que conhecemos, para fazer a economia girar por aqui. Isso vai reduzir o impacto negativo da crise”, defende Mallmann.

Queda histórica no país

Na análise nacional do IBGE, o comércio varejista teve uma queda de 16,8% em abril ante a março. Como no RS, o setor de supermercados foi o único com evolução. A alta foi de 4,7%. Os demais grupos ficaram no negativo. Essa foi a terceira vez em toda a série histórica que oito atividades pesquisadas sofreram queda. A maior foi em tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), seguido de livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%).

Na semana passada, o Banco Mundial projetou uma retração de 8% do PIB brasileiro neste ano. Pela análise da instituição, a queda é resultante das medidas de contenção contra a propagação do vírus, redução nos investimentos e nos preços dos commodities no mercado mundial. Em janeiro, a projeção era de crescimento de 2% para o Brasil.

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