O ovo e a máscara

Opinião

Ney Arruda Filho

Ney Arruda Filho

Advogado

Coluna com foco na essência humana, tratando de temas desafiadores, aliada à visão jurídica

O ovo e a máscara

Lajeado

O ovo é o zigoto dos animais. Simples assim! Deu pra entender? Não? Bem, se você não entendeu, é melhor a gente focar no ovo, o alimento. Facilitando as coisas, sem entrar na função do ovo na reprodução das espécies, os humanos se alimentam de ovos de diversas espécies animais, incluindo aves, répteis, anfíbios e peixes. Não se sabe ao certo desde quando apreciamos essa iguaria, mas o gúgol diz que ele é consumido pelos humanos faz milhares de anos. Bem por isso, a ciência estuda o ovo, imagino, também há milhares de anos. O ovo objeto de estudos, este velho conhecido, consiste basicamente da casca, da clara e da gema. O mais procurado é o de galinha, seguido do ovo de codorna, de pata, além das ovas de peixes presentes na culinária oriental.

A máscara é um acessório utilizado para cobrir o rosto. Simples assim. Segundo encontrei no gúgol, a máscara é utilizada para diversos propósitos. Em Lajeado já teve até baile de máscaras. No carnaval de antigamente ela era muito usada também. A máscara assumiu, também, uma finalidade prática, que é a proteção contra doenças contagiosas pelas vias respiratórias. Com a pandemia do coronavírus, teve início um acalorado debate científico, muito fomentado nas redes sociais, sobre a eficiência ou não do uso da máscara. De concreto, só se sabe que se trata de um vírus novo, com uma inédita capacidade de propagação e de infecção. Alojado no pulmão, o coronavírus tem um efeito devastador. Num primeiro momento, houve divergências acerca da necessidade do uso de máscara no combate ao coronavírus. Chegou-se a afirmar que somente pessoas infectadas deveriam usar. Depois, a opinião mudou e mudou de novo e mudou outra vez. E a máscara não tem nada a ver com a polêmica. O problema é o tal do novo vírus, um inimigo desconhecido, com reações surpreendentes e inesperadas a cada novo teste.

Voltando ao ovo, aquele da casca, da clara e da gema, mesmo sendo um velho conhecido nosso, seu consumo ainda suscita dúvidas. Após milhares de anos de estudos, o ovo já fez mal, já fez bem, já fez mal e voltou a fazer bem. Isso um sem número de vezes. Minha filha Luisa, que é nutricionista, diz que faz bem e, porque acredito nela, sigo consumindo. Mas um recente estudo do Journal of the American Medical Association, publicado em 2019, concluiu que comer ovo eleva o risco de problemas cardiovasculares e morte por doenças. E eu pensei, meu Deus, os caras estudam o ovo faz milhares de anos e ainda não conseguiram chegar a uma conclusão segura?

Por isso, sinceramente, me solidarizo aos pesquisadores do coronavírus e compreendo a dificuldade que eles têm de afirmar, em definitivo, se a gente deve ou não usar máscara pra prevenir o contágio. Na dúvida, sigo comendo ovo e usando máscara, rezando pra que isso tudo passe logo.

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