A carga horária

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

A carga horária

Vale do Taquari

Secretário de Saúde de Lajeado, o médico pneumologista Cláudio Klein voltou a falar sobre a carga horária durante o programa Frente e Verso. E ele voltou a tratar o tema com transparência e tranquilidade. Dessa vez, porém, deixou uma mensagem: se por ventura o Ministério Público (MP) verificar qualquer ilegalidade, ou se o prefeito municipal entender que ele deva sair, ele vai deixar o Governo Municipal. Por ora, ele fica.

A carga horária II

Klein entrou faz poucos meses na política e já enfrenta as táticas da Oposição. O MP deve responder nesta semana se levará adiante a denúncia de improbidade encaminhada pela bancada do MDB. Os legisladores questionam o acordo firmado entre Klein e Marcelo Caumo para que ele possa cumprir parte da jornada de secretário municipal em seu consultório particular. É uma polêmica já verificada em outros municípios.

A carga horária III

Em 2010, na cidade de Campo Mourão (PR), o MP propôs ação de improbidade contra o Secretário de Saúde Paulo Adriano Davidoff. Segundo a denúncia, ele atendia em seu consultório dentário durante o horário da secretaria. Em primeira instância, ele e o prefeito foram condenados a uma multa civil e perderam os direitos políticos por três anos. Tempos depois, o TJ/PR acatou recurso determinando a suspensão da cassação dos direitos políticos.

A carga horária IV

Ainda sobre a polêmica, o novo Secretário do Planejamento, Giancarlo Bervian, saiu em defesa do colega nas redes sociais. Ele afirma que também fez um acordo com Caumo ao ser convidado. “Eu também pedi que em alguns turnos pudesse ficar em meu escritório para organizar esta transição e poder, ao menos, orientar a equipe e atender meus clientes. Afinal, são 24 anos de uma empresa que não pode ser abandonada.”

A carga horária V

Giancarlo disse mais. “Isso não faz com que eu não dê a atenção necessária a minha nova função. Pelo contrário, só me motiva e me faz agir rápido e com eficiência.” Por fim, deixou um recado. “Trabalho, sem dúvidas, mais que as tais 165 horas mensais. Hoje sou Secretário. Poderia continuar sendo arquiteto e empresário vendo de longe sem agir. Aceitei este cargo por ter a convicção de que posso retribuir a Lajeado tudo que ela me proporcionou.”


Todos contra o racismo

Muito interessante o posicionamento do Governo de Estrela ao provocar, nas redes sociais, uma reflexão maior sobre o problema do racismo no Vale do Taquari. O problema é histórico e persiste mesmo de forma velada em todas as cidades da nossa região. E o exemplo da administração municipal estrelense precisa ser replicado em todas as demais prefeituras!


Auxílio I

Em Encantado, já está no expediente da Câmara de Vereadores o anteprojeto de Lei do próprio Legislativo que “Institui o Programa Emergencial de auxílio a empresas dos ramos do Comércio e Prestação de Serviços, formais, para o enfrentamento do estado de Calamidade Pública, decorrente da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19)”.


Auxílio II

O Portal da Transparência do Governo Federal disponibiliza a lista de beneficiários do Auxílio Emergencial de R$ 600, com os respectivos pagamentos das parcelas e os nomes dos beneficiados. E isso causou furor em todo o Vale do Taquari. Nas listas, muitas pessoas que, supostamente, não precisam do auxílio. O assunto é delicado!


Um novo inventário cultural!

A recuperação do Centro Antigo de Lajeado é uma luta de poucos aliados. Ao longo da história, poucos foram os governos com ações substanciais para de fato manter viva a cultura arquitetônica da cidade. A atual administração municipal também faz pouco caso da causa, tal qual a gestão anterior. Neste momento, enquanto você lê e eu escrevo, prédios centenários estão se deteriorando sob os nossos olhos. Tanto pela ação do homem, como pela ação do tempo. Dessa forma, vamos deixar pouco ou quase nada para as próximas gerações.

No programa Frente e Verso de segunda-feira, a convidada Fernanda Thomas resgatou um sentimento que resta adormecido em praticamente toda a comunidade. A jovem de 25 anos convoca todos para a necessária preservação da nossa história. Formada em Arquitetura e Urbanismos, a lajeadense finaliza Mestrado em Patrimônio Cultural pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e construiu sua tese a partir do inventário de cinco edificações históricas na Rua Borges de Medeiros. Ela fez o que o Executivo teima em não fazer.

Em Lajeado, o Inventario Cultural criado em 1992 está defasado. Até passou por uma leve atualização, em 2011, que só serviu para atestar a nossa falta de comprometimento. No início da década de 90, eram 35 prédios históricos catalogados. Hoje mais de uma dezena dessas edificações já sucumbiu e outras tantas estão prestes a sucumbir. Algo precisa ser feito, reitero. Fernanda não era nascida quando a gestão do ex-prefeito Leopoldo Feldens criou o documento. Mas ela sabe que é preciso correr para garantir cultura às próximas gerações.

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