“Está muito complicado para os artistas da nossa região”

Abre Aspas

“Está muito complicado para os artistas da nossa região”

Morador de Marques de Souza, Matheus Stoll, 21, é inserido na música desde os 11 anos e já tocava profissionalmente aos 15. Envolvido agora com as gravações em estúdio, trabalhou para artistas como Matheus e Kauan, Naiara Azevedo e João Neto e Frederico. Continua com demanda de trabalho, mas enxerga um cenário difícil para os músicos da região

“Está muito complicado para os artistas da nossa região”
Vale do Taquari

• Quando você começou a se envolver com a música?

Comecei a tocar desde os 11 anos de idade, na igreja de Marques de Souza. Depois, fui indo e com 14, 15 anos, já tocava profissionalmente, ganhando dinheiro com isso. Sempre vivi da música até hoje e é o que eu quero para sempre. Hoje, sou músico de estúdio. Vivo de gravações. Já toquei muito em shows, eventos. Agora fico apenas nos estúdios. Gravo gaita aqui de casa e mando para o Brasil inteiro.

• Como a pandemia afetou a tua rotina de trabalho?

Continuo com demanda, pois tenho muitos clientes. Acabo tendo serviços porque vivo de estúdio e minhas gravações sempre foram online. Gravo para Goiânia, para o Brasil inteiro. Diminuiu a quantidade sim, porque os artistas não estão mais gravando, não tem mais shows. Mas não estou sendo tão afetado.

• E para quem vive de shows e eventos, como está a situação?

A pandemia afetou diretamente a música. Foi um dos setores mais atingidos. Não tem mais shows, festas, bailes, casamentos. E a maior parte dos músicos vive de se apresentar ou dar aulas. Quase todos são autônomos, freelancers e, se for carteira assinada, são contratados por cantores que estão na mesma situação. Está muito complicado para artistas da nossa região. As pessoas estão passando muitas dificuldades.

• Qual a saída, na sua opinião, para músicos superarem esta crise que afeta o setor?

As grandes duplas tem recursos para fazer lives, possuem outra estrutura. Só que elas não são lucrativas, pois a maioria são beneficentes. Os cantores regionais fazem lives e não ganham por isso. Ou se recebem, recebem pouco. Não é a mesma coisa do que fazer um show. Acredito que é necessário explorar outras funções dentro da música. Se não dá para tocar para o público, vamos dar aulas. Tem tanta gente com tempo ocioso, de repente querendo aprender. Dá para fazer aulas online.

• O setor de eventos deve ser um dos últimos a voltar à normalidade após o fim da pandemia. Como você acredita que será este retorno?

Será o último a voltar e é difícil prever como vai ser. Primeiro, acho que os artistas poderão se apresentar em restaurantes, barzinhos. Acho que a música ao vivo volta primeiro nestes lugares. Agora a questão das festas, shows, casamentos, só vai voltar quando tudo isso passar. Não tem outra forma de ser feito, porque envolve aglomeração de pessoas.

• Falta mais apoio do poder público aos artistas num momento delicado como este?

Sim, falta apoio. O auxílio emergencial até ajudou os músicos, mas nem todos conseguiram ganhar. Se pensou em todo mundo na hora de flexibilizar as atividades, como o comércio. Mas não vi nada de preocupação com os músicos. E não somente eles, mas também os que trabalham com festas, principalmente da parte técnica, instalação de som.

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