Para diretor do HBB o pico da covid-19 passou na região

Saúde regional

Para diretor do HBB o pico da covid-19 passou na região

Cristiano Dickel diz que a atenção segue sendo a saúde, mas o caixa do hospital se torna uma preocupação

Para diretor do HBB o pico da covid-19 passou na região
Cristiano Dickel, diretor-executivo do HBB, participou do programa A Hora Bom Dia, deste sábado. Créditos: Laura Mallmann
Vale do Taquari

O Diretor-Executivo Hospital Bruno Born (HBB), Cristiano Dickel, participou do programa A Hora Bom Dia, da Rádio A Hora 102.9, neste sábado, dia 6, e atualizou os números de internações por covid-19 e apresentou os números do caixa do hospital.

Se o resultado do combate a Covid no HBB é satisfatório, a geração de receita e o caixa da instituição está debilitado. O cenário pós-pandemia é preocupante, adianta Dickel. Para fazer frente ao deficit acumulado nos últimos meses, o HBB retomou todos os serviços privados e via SUS, justamente para injetar receita nova para a instituição.

Para o diretor-executivo do HBB, os números de internações por covid-19 demonstram que o pico da doença pode ser passado. “No momento temos cinco internados na UTI, sendo apenas um de Lajeado”, revela. Dickel também ressalta que o hospital recebe pacientes pela Central de Regulação Estadual de Leitos, por conta disso já passaram pela casa de saúde moradores de Novo Hamburgo, Portão. “São pacientes de cidades que apresentam lotação nas UTIs”, revela.

Atualmente o HBB possui 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados a atendimento covid. Conforme Dickel, eram 18 leitos no pico, na semana passada foram reduzidos a 15. “Nesta semana, com a diminuição de pacientes, sintetizamos a 10”, esclarece.

“Com o remanejamento, todos leitos da UTI adulta normal estão ocupados. A demanda para outras especialidades segue e era uma preocupação nossa”, relata.

Elogios aos profissionais

Dickel afirma que o período de mais dificuldade foi no início de abril. Ele relembra que a UTI covid foi montada em cerca de uma semana. “Teve um dia em que eu desci para a ala e encontrei toda equipe chorando. É uma doença nova e ninguém estava preparado e cria uma tensão no ambiente”, explica.

O diretor também enaltece o trabalho desenvolvido pelos profissionais do hospital. “São verdadeiros heróis. Não se omitiram ou se negaram em nenhum momento. É gratificante ter uma equipe comprometida e engajada em proteger a vida”, enaltece. Dickel também fez menção ao trabalho integrado com o governo de Lajeado, fundamental no aporte de recursos para custear parte dos serviços das UTIs criadas em tempo recorde.

Serviços que geram receita caíram até 75%.

Dickel esclarece que se o comércio vai mal, a indústria vai mal, o hospital também vai mal. O diretor explica que o custo fixo diário do hospital é de R$ 330 mil. No mês de maio, deixou de entrar R$ 3,4 milhões que haviam sido projetados antes da pandemia, compreendendo os mais variados tipos de serviços e atendimentos. “A gente vê as pessoas comentando que os hospitais estão recebendo muito dinheiro. Nessa última leva de recursos em que o Vale recebe mais de R$ 18 milhões, o HBB receberá cerca de R$ 5 milhões. Isso dá para cobrir o rombo de um mês, e olhá la”, explica.

Retomada

Com a retomada dos serviços, tanto ambulatoriais como cirúrgicos, o HBB projeta uma evolução na receita.

Chama atenção, explica Dickel, que os oito leitos que eram para Covid e mudaram para outras doenças, já estão 100% ocupadas. “Isso mostra que as outras enfermidades continuam existindo, e precisamos dar atenção a isso”, reforça.

Dickel observa que há uma preocupação com uma possível sobrecarga nos atendimentos de outras doenças logo na sequência. “A gente observa e orienta as pessoas a não deixarem de buscar atendimento, sob pena de represar e acumular demais os casos”.

Acompanhe
nossas
redes sociais