O governo do Estado confirmou ontem o pagamento da segunda parcela de auxílio para instituições de saúde beneficentes do RS. Os hospitais Bruno Born (HBB) e o Estrela estão entre os dez que mais receberão verbas para o enfrentamento à pandemia.
De acordo com o Piratini, o auxílio financeiro foi enviado pelo Ministério da Saúde. Ao todo, 235 instituições filantrópicas foram beneficiadas. A primeira parcela foi de R$ 49,4 milhões. Agora o repasse alcança R$ 175 milhões. No total, o incremento financeiro para enfrentar a epidemia supera os R$ 224 milhões.
Para o Vale do Taquari, 20 hospitais foram contemplados. O total supera R$ 18,5 milhões. O montante foi dividido de acordo com a gestão em saúde. Para instituições com gestão estatal, foram destinados R$ 92,9 milhões. Esse dinheiro contempla 158 hospitais filantrópicos e santas casas. O restante da segunda parcela (R$ 82,6 milhões) reforçará os caixas de 77 hospitais de municípios com gestão plena em saúde.
De acordo com o governo gaúcho, os critérios de distribuição observam os dados epidemiológicos do avanço da doença, o número de leitos de cada hospital e os valores da produção dos serviços ambulatoriais e hospitalares de média e alta complexidade feitos em 2019.
Em transmissão na tarde de ontem pelas redes sociais do Piratini, o governador Eduardo Leite enalteceu a importância da medida e afirmou que os valores são fundamentais para fortalecer a estrutura de atendimento.
Por sua vez, a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, destacou que os repasses à rede hospitalar tem potencial de garantir equilíbrio financeiro das instituições pelo fato da queda de receita devido à suspensão de atendimentos eletivos. “Os hospitais passaram por um período difícil. Tiveram perdas e ainda investiram para atender casos de covid-19.”
Hospitais que já estão com o convênio assinado já terão os repasses creditados a partir da próxima semana.
“Ajuda, mas não resolve”
Presidente da Associação das Santas Casas, e diretor do Hospital Ouro Branco de Teutônia, André Lagemann, o auxílio emergencial chega em um momento oportuno. “Toda a economia parou. Os hospitais permaneceram abertos, mas a demanda caiu muito, em especial de atendimento eletivo privado e por convênio.”
De acordo com ele, ao passo em que a movimentação dos pacientes reduziu devido à quarentena, os custos de manutenção dos hospitais aumentaram. “Tivemos de investir em mais equipamentos de proteção, mais medicamentos, adaptação da infraestrutura.”
Na avaliação de Lagemann, os recursos do Ministério da Saúde não resolvem o problema, mas ajudam a equilibrar as finanças das instituições. “Não sabemos como será no próximo mês, pois não haverá esse socorro. Cada hospital terá de se ajustar para tentar manter as portas abertas.”
Frente às estimativas de que o pico de contágio está por vir, realça a necessidade de manter atenção e cuidado com as equipes de atendimento. “Temos de garantir a saúde dos trabalhadores. Que tenhamos testes suficientes e equipamentos de proteção.”
QUANTO RECEBERÁ CADA HOSPITAL
Detalhes
Verba emergencial
Repasses para o RS alcançam R$ 224 milhões para 235 hospitais
Primeira parcela
(Portaria 1393)
Total de R$ 49,4 milhões para 108 hospitais, divididos em:
• R$ 22,8 milhões para 60 instituições sob gestão estadual
• R$ 26,6 milhões para 48 sob gestão municipal
Segunda parcela
(Portaria 1448)
Total de R$ 175,4 milhões para 235 hospitais, divididos em:
• R$ 82,6 milhões para 77 hospitais sob gestão municipal
• R$ 92,9 milhões para 158 sob gestão estadual
Uso dos recursos
Aplicação na compra de medicamentos, suprimentos, insumos, produtos e equipamentos de proteção. Também podem ser usados em reformas e adaptações físicas para aumento da oferta de leitos de terapia intensiva e na contratação e no pagamento dos profissionais de saúde necessários para atender à demanda adicional.