Nas últimas semanas, com o afrouxamento das medidas restritivas na região, diversas atividades foram retomadas. A circulação de trabalhadores entre o Centro e os bairros aumentou, mas a capacidade do transporte coletivo, de acordo com os usuários, não acompanhou a demanda.
Os horários de maior movimento são o início da manhã, no sentido Centro, e ao meio dia, no sentido bairro. A situação tem gerado críticas por parte de passageiros.
Nas últimas semanas, circulam nas redes sociais imagens de ônibus cheios com passageiros em pé. Os principais focos de críticas são as linhas que atendem os bairros Conventos, Jardim do Cedro e Santo Antônio, todas da empresa Ereno Dörr.
Pela norma do Governo do Estado para municípios com bandeira laranja, os ônibus urbanos podem circular com até 60% da capacidade total, que inclui passageiros sentados e em pé. O município de Lajeado reduziu esse limite para 50%.
Duas horas mais cedo
Franciele Almansa mora em Conventos e trabalha como auxiliar de serviços gerais no Centro. Com a redução dos horários, ela precisa sair de casa para o trabalho duas horas mais cedo.
“Tenho que sair 7h30 para chegar às 8h no emprego e pegar às 10h. Se eu pegar o próximo ônibus, eu me atraso. Com isso, fico menos tempo em casa”, diz.
Além dos horários reduzidos, ela conta que há passageiros sem máscaras ou que mantêm as janelas fechadas. “Os motoristas deixam as pessoas entrar sem máscara. Isso preocupa bastante. A gente começa a fazer um fuzuê e as pessoas puxam a máscara de dentro da bolsa”, relata.
Falta de informação
Em determinados horários, o bairro Jardim do Cedro passou a ser atendido pela linha do Santo Antônio. Presidente da associação dos moradores do Jardim do Cedro, Salete da Silva conta que recebe muitas críticas de moradores e que já fez reclamações ao governo municipal, mas não tiveram resultado.
“Eu só andei uma vez de ônibus desde o início da pandemia. Estava tão cheio que eu não fui mais. Vou a pé ao Centro ou alguém me leva”, diz.
Neusa Agostini tem um salão de beleza no bairro, que acaba funcionando como central de informações. moradores ligam para saber quando e onde passa cada ônibus. Desde o início da pandemia, Neusa deixou de utilizar o transporte, mas ainda recebe dúvidas de vizinhos.
“O pessoal não sabe direito os horários e onde pegar o ônibus. Deveria ter mais informações. Quando eu passo na parada e vejo alguém esperando eu aviso.”
“Não há superlotação”, diz diretor
De acordo com o diretor da Ereno Dörr, Fabrício Schneider, a empresa monitora a lotação dos veículos e aumenta a quantidade de horários conforme a demanda.
“Não tem superlotação, temos lotação de bancos. Toda vez que bate no topo, a gente entra com mais horários”, afirma. Segundo o diretor, o máximo registrado na linha Conventos foi 47 passageiros, no horário do meio dia. O número ultrapassa o limite definido pelo município.
Schneider diz ainda que a empresa opera com 20% da demanda e que há dificuldade financeira em aumentar a quantidade de ônibus nas ruas.
Fiscalização será reforçada
O coordenador de Trânsito do município, Vinícius Renner, diz que vai reforçar a fiscalização aos ônibus a partir de hoje.
De acordo com Renner, a maioria das reclamações que chegam à administração municipal não apontam com detalhes como linhas e horários que têm problemas. “O que chega de reclamação, nós vamos atrás. Mas muitas vezes a pessoa reclama só na rede social”, diz.