Valorizar o comércio local sempre foi sinônimo de contribuir com a força econômica da região e uma das bandeiras do cooperativismo de crédito do Sicredi. A instituição acredita que os recursos gerados numa determinada localidade ou região devem permanecer para gerar novas oportunidades e criar um círculo virtuoso de desenvolvimento local
Presidente da Sicredi Ouro Branco, Neori Ernani Abel, diante da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, esta ideia ganha mais força, evidenciando a importância do associativismo.
“Acredito que ninguém vai sair ou passar por esse momento sozinho. Quanto mais eu colaborar com quem está próximo muito mais nos fortalecemos.”
Para Abel, o momento faz com que as pessoas se deem conta de que as coisas que são produzidas e vendidas aqui são tão boas ou melhores do que os produtos de outras regiões. Segundo ele, a cooperativa de crédito é uma instituição que acredita nos valores locais.
“Os números reafirmam nossa contribuição para o desenvolvimento social e econômico dos locais onde atuamos”, destaca. Lembra que os recursos que circulam na Sicredi são revertidos em desenvolvimento da região, oportunizando a geração de renda e movimentando a economia.
Facilidade de negociação
O consumidor que opta pelo incentivo ao comércio local ainda tem como vantagem o contato direto com o fornecedor, o que facilita na hora de negociar a compra. Verno Arend, coordenador de núcleo da agência Sicredi de Estrela, acredita que a ajuda mútua fará com que todos vençam a crise.
“É preciso ter consciência que demandará tempo para nos recuperarmos dos prejuízos desta pandemia. Por isso, é muito importante darmos preferência ao comércio local, preservando empregos e renda, mantendo os elos de ligação que fazem a roda girar.”
O interesse pela comunidade é um dos sete princípios do cooperativismo. No Sicredi Ouro Branco, além de estar presente na filosofia, ele é praticado diariamente. Participação em eventos da comunidade, distribuição dos lucros, escolas de educação financeira, além do próprio Fundo Social, fazem com que a valorização local aconteça.
Novas relações comerciais
Arend acredita que as relações comerciais passarão por modificações profundas. Segundo ele, tudo tem que se reinventar. “Até ‘ontem’, muitos produtos eram comprados em grandes centros comerciais em detrimento de compras no comércio local. Acredito que esta relação tende a mudar, mas o comércio também tem que fazer a sua parte: a reinvenção.”
Nesse sentido, o espírito cooperativista pode ser incentivo às atividades econômicas em busca do desenvolvimento regional em meio à crise. “É preciso seguir unindo forças, valorizando o que é nosso e se reinventando todos os dias.”