Famurs defende que creches sejam as últimas a voltar

pandemia e educação

Famurs defende que creches sejam as últimas a voltar

Federação que representa os municípios gaúchos frisa dificuldade de controle da prevenção entre crianças e pede mais estudos antes de retorno da Educação Infantil

Famurs defende que creches sejam as últimas a voltar
Estado

A Federação dos Municípios do RS (Famurs) discorda do governo estadual sobre a retomada prioritária das aulas para crianças de até cinco anos. O modelo apresentado pelo governador Eduardo Leite nessa quarta-feira parte do pressuposto de que a primeira infância deve ter um plano de volta gradual.

A estratégia do Piratini parte de princípios do distanciamento controlado e prevê cinco etapas para a volta das aulas presenciais, entre 1º de julho e 1º de setembro. A partir de quatro cenários previstos a partir do avanço da pandemia no RS, a Educação Infantil estaria no primeiro nível, com algumas creches retornando em julho.

Por meio de nota, a Famurs defende que a Educação Infantil seja a última a retomar as aulas. Para a entidade, é preciso instituir um grupo de estudo para avaliar a segurança para que crianças voltem às escolas.

Essa oposição foi debatida nesta terça-feira e também integra as sugestões apresentadas pelo Vale do Taquari. O presidente da Associação dos Municípios (Amvat) e prefeito de Nova Bréscia, Marcos Martini, acredita que o mais lógico no momento é uma volta para alunos com mais autonomia. “Com as crianças é diferente. O entendimento é outro, pois precisam de mais cuidados.”

Outra questão relevante sobre isso é quanto ao aporte de recursos. Como os municípios são responsáveis pela Educação Infantil, o uso de equipamentos de proteção, as adaptações nos educandários e o treinamento dos professores e monitores ficaria a cargo das prefeituras.

Dados da Famurs mostram que essa etapa do aprendizado corresponde a mais de 306 mil matriculas nas redes municipais do RS, que representa 66,8% do total de crianças na Educação Infantil. A grande maioria das demais matrículas de crianças de 5 anos e 11 meses estaria instituições privadas.

Pela análise da federação, Estado sofre pressão tanto das instituições privadas, de entidades representativas de setores que retomaram atividades e cujos trabalhadores têm dificuldade de alternativa para os cuidados com os filhos pequenos, mas que isso não pode condicionar a decisão de volta sob o risco de expor as crianças ao vírus.

Para a Famurs um possível retorno deve ser norteado por estudo técnico. Também é preciso ter claro quais são as readequações necessárias para o transporte escolar, acompanhamento médico tanto dos alunos quanto professores e funcionários.

Entenda o plano do Estado

A retomada das aulas passa por um processo complexo pelo fato de resultar em uma movimentação de mais de 20% da população gaúcha, entre estudantes das redes pública e privada de diversos níveis de ensino e profissionais ligados à educação e a serviços correlacionados.

A partir disso, Executivo dividiu em cinco etapas o retorno gradual das atividades de ensino. A capacidade de adaptação ao distanciamento controlado e suas bandeiras por parte das atividades econômicas é distinta do sistema escolar.

Etapa 1 – 1º de junho

A primeira etapa está prevista para começar em 1º de junho e envolve apenas atividades híbridas, com uso de tecnologia e com a disponibilização de materiais aos pais e responsáveis com dificuldade de acesso via internet.

Etapa 2 – 15 de junho

Estão previstas atividades de Ensino Superior, Pós-Graduação e Ensino Técnico Subsequente. A retomada será restrita ao estágio curricular obrigatório e às atividades práticas de ensino essenciais à conclusão de cursos, de pesquisa e em laboratórios. A estimativa é de que 41 mil alunos retornem às aulas nesta etapa.

Protocolo às atividades

Considera o grau de risco das 20 regiões do estado, adotando o modelo de bandeiras do distanciamento controlado.

Bandeira amarela e laranja

  • Teto de operação:50% dos alunos (50/50 escala ou revezamento), restrito a atividades práticas de ensino essenciais à conclusão do curso, à pesquisa e a estágio curricular obrigatório. Atividades em laboratórios e plantão individualizado sob agendamento.
  • Modo de operação:presencial restrito/EAD (50/50)

Bandeira vermelha e preta

  • Teto de operação:25% do alunado, restrito a atividades de laboratório essenciais e sob agendamento.
  • Modo de operação:presencial restrito/EAD (50/50)

Cursos livres

Bandeira amarela e laranja

  • Teto de operação:50% do alunado (50/50 escala ou revezamento)
  • Modo de operação:presencial restrito/EAD (50/50)

Bandeira vermelha e preta

  • Fechado

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