A correria do dia a dia faz com que as pessoas dividam seu tempo basicamente entre o trabalho, as atividades domésticas e a atenção à família, deixando de lado o autocuidado. Conforme a médica oncologista do Centro Regional de Oncologia (CRON), Camila Dagostim Jeremias, a ciência reconhece que altos períodos de estresse na rotina podem reduzir o bem-estar. Por isso, inserir momentos prazerosos entre os hábitos é um excelente aliado para retomar a qualidade de vida.
Embora o termo “qualidade de vida” possa ter significado distintos às pessoas, de modo geral, ele está relacionado a consciência corporal e mental dos indivíduos. Para isso, “busca-se encontrar equilíbrio físico, psicológico e emocional. Também é importante manter relacionamentos sociais, com familiares e amigos” explica Camila.
De acordo com a médica, quando o indivíduo não se permite aproveitar os momentos de descontração entre as tarefas cotidianas, o nível de estresse aumenta. Desta forma, algumas doenças já existentes no organismo podem se agravar, ou mesmo novas desenvolverem-se. “Mesmo na ausência de uma doença orgânica, períodos de estresse e ansiedade podem ainda se traduzir como dores pelo corpo, oscilações da pressão arterial, mal estar e tantas outras manifestações que prejudicam a vida como um todo”.
Para estar bem e com o organismo equilibrado, é importante manter hábitos saudáveis básicos, como ter uma alimentação equilibrada, fazer exercício e dormir bem. “Cozinhar para a família, em vez de ser um momento de isolamento, pode se tornar uma ocasião de conversa com os filhos e companheiros. É uma oportunidade prazerosa e de interação com os familiares”, indica a médica.
É possível ter qualidade de vida diante de uma doença?
O conceito de qualidade de vida para pessoas que enfrentam uma doença pode ser diferente do conceito global. A saúde tem uma importância indiscutível no bem-estar das pessoas, mas, conforme Camila, não é o único fator que interfere na maneira de encarar o dia a dia.
Cuidados específicos como estabelecer uma boa relação entre médico e paciente, manter-se bem, livre de sintomas que incomodam e permitir que o indivíduo se sinta amparado e protegido, são algumas medidas que fazem diferença na vida dos pacientes que enfrentam doenças graves.
Para aqueles que possuem câncer, por exemplo, a qualidade de vida têm sido uma preocupação primordial, especialmente para os pacientes que estão nos estágios mais avançados da doença. O próprio diagnóstico é uma etapa difícil e, portanto, as equipes médicas buscam proporcionar condições mínimas para minimizar os danos causados pela doença.
Como o CRON auxilia no bem-estar dos pacientes?
Desde agosto de 2019, o CRON possui o Ambulatório de Qualidade de Vida. O espaço foi projetado especialmente para os pacientes que enfrentam estágios mais avançados da doença, fase em que o próprio tratamento pode comprometer a qualidade de vida. “Buscamos o alívio dos sintomas, integrando ações médicas, de enfermagem, psicológicas e nutricionais. Proporcionamos uma unidade de apoio durante todo o tempo de acompanhamento do paciente”.
No ambulatório, o paciente é acompanhado por toda equipe do Centro e, concomitantemente, aos tratamentos específicos, quando há necessidade. Além disso, a família é integrada no processo como uma unidade de cuidado que também deve receber suporte durante todo o tempo de acompanhamento do paciente. “Estar bem informado sobre a doença e receber apoio e orientação quanto aos cuidados que serão prestados, diminui a ansiedade dos familiares e dos pacientes”, afirma a médica.