Desemprego cresce e afeta cerca de  1 milhão de gaúchos

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Desemprego cresce e afeta cerca de 1 milhão de gaúchos

Ao todo, 12 estados do país tiveram redução nos postos de trabalho, diz IBGE. Índice de desemprego passa dos 8% no RS. Estimativa é que o percentual cresça, inclusive no Vale, após consolidação dos números de abril, maio e junho

Desemprego cresce e afeta cerca de  1 milhão de gaúchos
O indicador mede a diferença entre contratações e demissões. Créditos: Divulgação
Estado

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) foi divulgada pelo IBGE na manhã de ontem e mostra a empregabilidade nos três primeiros meses do ano. Pelos dados, o RS tem 8,3% da população fora do mercado de trabalho. O número é 1,1% mais do que o tabulado nos últimos meses de 2019.

O estudo considera o índice de empregabilidade das regiões metropolitanas do país. Ainda que não apure dados específicos do Vale do Taquari, mostra um indicativo de como a geração de emprego e renda local pode ser impactada.As dinâmicas do Vale do Taquari referente aos tipos de negócios, força na produção de alimentos e diversidade econômica, costumam resultar em geração de empregos e renda acima da média estadual.

Conforme dados do Conselho de Desenvolvimento (Codevat), em períodos de instabilidade, como foi nos anos 2015\16, apesar das perdas gerais no país e no RS, o Vale sofreu pouco impacto e conseguiu manter a empregabilidade com folga de dois até três pontos percentuais em comparação com outras regiões gaúchas.

No entanto, frente à pandemia, essa força local se neutraliza. É o que acredita a economista e presidente do conselho, Cintia Agostini. Na avaliação dela, a dificuldade de caixa, redução dos negócios e a paralisação de algumas atividades serão melhores dimensionadas quando chegarem informações com relação ao segundo trimestre do ano.

Os meses de abril, maio e junho vão dar o tamanho do prejuízo econômico e social da pandemia, afirma a economista. Junto com a covid-19, há ainda a estiagem, que representa perdas estimadas em R$ 260 milhões ao Vale. “Essas condições serão sentidas no Vale. Teremos perdas praticamente iguais a outras regiões do RS”, acredita Cintia.

Em termos nacionais, a pesquisa do IBGE mostra que as principais perdas na empregabilidade ocorreram no Nordeste e Norte. Ao todo, 12 estados tiveram retração no número de pessoas trabalhando com carteira assinada. Nos primeiros três meses, o país tinha 12,9 milhões de desempregados.

Estratégia é fortalecer o agro

 

Toda a cadeia que vai do setor primário ao beneficiamento nas fábricas é a principal força motriz do Vale. Conforme a Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT), o setor representa 80% da atividade econômica local.
Como articulação regional, o presidente Ivandro Rosa acredita ser necessário auxílio público, com linhas de créditos às empresas. “É mais barato para o governo financiar as organizações e manter os empregos, do que esperar para 2021 o empreendedor criar novas empresas.”

A forma com que a região foi impactada pelas políticas de distanciamento social gera críticas da CIC. “Desde março mostramos nossa preocupação. Percebemos claramente que todo os setores vão sofrer.”

Rosa usa como exemplo o setor calçadista. “Só em Teutônia, houve pelo menos mil desligamentos desde o início da pandemia.”

Na avaliação dele, uma forma do Vale conseguir mitigar perdas decorrentes da pandemia é fortalecer a cadeia do agro. “A retomada virá daí. Conseguindo manter as produções, os demais setores vão ser puxados em seguida”, acredita.

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