Crimes contra a vida reduzem, mas violência doméstica preocupa

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Crimes contra a vida reduzem, mas violência doméstica preocupa

Distanciamento social teve queda em quase todos os indicadores, mas gera apreensão quanto aos crimes contra as mulheres

Crimes contra a vida reduzem, mas violência doméstica preocupa
Aumento de 71% nos feminicídios no RS coloca autoridades em alerta / Crédito: Arquivo A Hora
Vale do Taquari

Operações conjuntas em áreas deflagradas pelo tráfico, investigação persistente para descobrir a autoria dos assassinatos e o cerco contra gangues de drogas. Junto com as ações desempenhadas pelas forças de segurança, a pandemia que reduziu a movimentação nas cidades.

Esses são os motivos apontados pelo delegado regional da Polícia Civil, José Romaci Reis, para a retração dos crimes no Vale do Taquari. Os indicadores criminais dos quatro primeiros meses de 2020 foram apresentados nessa quinta-feira, pelo secretário de Segurança Pública (SSP) e vice-governador, Ranolfo Vieira Junior.

Em se tratando dos 38 municípios do Vale do Taquari, houve queda na maioria das ocorrências. O principal dado analisado para medir a violência de uma cidade ou região são os números de homicídios. Foram sete a menos neste ano do que nos primeiros quatro meses de 2019.

“Tivemos uma situação atípica em janeiro, quando houve assassinatos derivados de disputas e acertos de contas entre grupos rivais”, diz o delegado Reis. De acordo com ele, muito disso se deve a soltura de presos naquele período.

Na avaliação do policial, o Vale tem tido redução nos índices de assassinatos desde 2019, quando foi criada uma estratégia de combate pontual. O modelo integrado aproxima órgãos de segurança, promotoria de Justiça, judiciário e integrantes dos governos municipais.
Em todo o ano passado, o Vale teve 54 assassinatos. Conforme Reis, a maior parte dos crimes contra a vida estão ligados a venda de entorpecentes. “Temos trabalhado muito para coibir tanto esse comércio quanto à disputa relacionada a essa atividade criminosa.”

Feminicídios no RS

Pelos dados da SSP, em abril houve crescimento nos assassinatos de mulheres por motivação de gênero. Foram dez ocorrências. É quatro a mais do que o registrados no mesmo mês do ano passado. Com isso, o número de vítimas no acumulado desde janeiro chegou a 36. Um aumento de 71,4% ante o mesmo período de 2019.

No Vale, não houve registro de feminicídio neste ano. Como forma de manter o número e prevenir esse tipo de crime, a Delegacia da Mulher, a Brigada Militar, o Ministério Público e o Centro de Referência e Atendimento à Mulher (CRAM) de Lajeado ampliaram os mecanismos para se aproximar de mulheres com histórico de violência doméstica.

A rede de apoio expandiu as visitas da Patrulha Maria da Penha e também criou uma campanha chamada “Você está em casa, mas não estão sozinha”. Além de plantões 24h por meio de telefones e pelo whatsApp, a Polícia Civil também autorizou o registro de ocorrência para casos de violência de gênero pela internet.

Queda nos índices de Lajeado

 

Os crimes de homicídio, latrocínio, furtos e roubos de veículo e assalto a pedestres estão menores neste ano do que em 2019. Conforme o comandante do 22º Batalhão da Brigada Militar, major Marcelo de Abreu Fernandes, os resultados estão ligados ao maior serviço de inteligência e de integração entre as forças de segurança. Além disso, houve acréscimo no efetivo para ações de patrulhamento. “A polícia está mais presente nas ruas. Isso inibe a atuação do criminoso.”

O 22º BPM atua em 26 cidades. “Nesta área, percebemos menos ocorrências. Sabemos que dificilmente conseguiremos zerar os crimes, mas vamos trabalhar para reduzir esses números”, diz Fernandes.

Segundo ele, as ações em Lajeado têm mostrado a importância do trabalho conjunto e do uso da tecnologia para coibir a atuação criminosa. Para ele, o sistema de monitoramento é um aliado tanto à prevenção quanto para o acompanhamento em caso de alguma ocorrência.

 

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