Mesmo sem saber o tamanho do impacto que a pandemia teria sobre sua atividade, Evelin Steffens se adiantou à crise. Personal trainer e professora de pilates, ela buscava novas formas de trabalho por meio da internet. Um mês antes do início das restrições, criou a modalidade de videoaula.
“Foi muita coincidência. Meu namorado mora em Bento Gonçalves e algumas amigas de lá me pediam”, conta. No dia 20 de março a academia em que trabalha fechou. Evelin estima uma redução de 35% no número de alunos, em função do impacto econômico da pandemia.
Academias, salões de beleza e restaurantes estão entre os serviços mais impactados pelas restrições definidas pelo governo do estado.Hoje, Evelin atende dez alunos por videochamada e outras 15 por consultoria virtual, com treinos gravados em vídeo e enviados. Ela tambpem faz aulas abertas em seu instagram: @evelinpersonaltrainer. “A academia chegou a reabrir por alguns dias, mas não fui lá. Meus alunos de adaptaram bem às aulas on line, então a gente optou por se prevenir”, diz.
Do buffet às viandas
Com o serviço de buffet proibido na região, os restaurantes adaptam o serviço para perder o mínimo possível de clientes. Um estabelecimento no Centro de Lajeado, estima que o movimento teve uma queda de 70% do início da pandemia até o veto aos buffets.
Com a suspensão da modalidade, as viandas, antes voltadas quase exclusivamente a empresas, aumentaram cerca de 30%.
“Estamos improvisando. Procuramos colocar três ou quatro tipos de carnes para ter opção para quem retira a vianda no restaurante”, conta o proprietário, Airton Camini.
Com a queda no movimento, a equipe foi reduzida. Dos cinco funcionários, três foram suspensos por 60 dias. O restaurante conta ainda com três membros da família no trabalho.
“O que me salva é que não pago aluguel e tenho energia solar, então meu custo operacional é baixo. Estamos remando, trabalhando só para pagar as contas”, conclui.
Duplo impacto da crise
Desde o início da pandemia, o barbeiro Maurício Sbrussi se habituou a conviver com fechamentos e reaberturas do salão que divide com um tatuador, no bairro Universitário. Nessa segunda-feira, chegou a criar expectativas com o anúncio de que a atividade passou a ser considerada essencial pelo governo federal. Logo soube que esta matéria cabe aos estados e municípios, por decisão do STF.
“Vi que saiu um decreto presidencial de que podia, mas saiu um municipal de que não pode. Isso deixa o cara meio confuso, sem saber o que está valendo”, diz.
No seu caso, o impacto foi duplo. “Estou sofrendo bastante com as restrições, principalmente porque a Univates está sem aulas. Eu tenho bastante clientes que vem dali. No início de semestre, que é momento de atrair nova clientela, chegou a pandemia”, conta.