A Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT) elaborou um documento pedindo a revisão do fechamento total do frigorífico da BRF e parcial da Minuano, em Lajeado. Em reunião virtual realizada na manhã de hoje, o documento foi entregue ao procurador-geral de Justiça do RS, Fabiano Dallazen.
No documento, a CIC-VT reforça que o conceito de direito à vida também abrange o direito do exercício pleno das atividades econômicas que permite condições do indivíduo satisfazer as necessidades.
Para a entidade, a interdição das empresas gerará um efeito multiplicador na cadeia produtiva com impactos negativos para a economia local, o que pode prejudicar o bem-estar social e o amplo direito à vida.
A CIC-VT também defende no documento que o fechamento das unidades industriais pode deixar sem acompanhamento milhares de trabalhadores. O documento reproduz entrevista do secretário de Saúde de Lajeado, Cláudio Klein, na Rádio A Hora.
“Qualquer sintomático era mandado para casa com a orientação específica de evitar contato com outras pessoas. Agora não terá mais este acompanhamento”, relatou o secretário.
Para a CIC-VT, os empregados que antes estavam sob monitoramento e com assistência médica, estarão “fora de qualquer controle eficaz”.
Para finalizar, a CIC-VT classifica como equivocada a decisão de fechamento dos frigoríficos.
Cobrança das entidades
Em entrevista no programa Frente e Verso, o conselheiro da CIC-VT, Oreno Ardemio Heineck destacou a integridade do Ministério Público (MP), mas rebateu a necessidade de interdição das unidades fabris em Lajeado.
Para ele, falta compreensão do impacto desse fechamento na cadeia produtiva da carne com reflexos nos produtores rurais. Também acredita que o fechamento não irá garantir a diminuição no número de casos. “O Vale precisa ser respeitado”, defende o conselheiro da CIC-VT.
O documento sobre fechamento dos frigoríficos será encaminhado pela CIC-VT ao procurador-geral com auxílio da Federasul.
Vice-presidente regional, representando o Vale do Taquari, Renato Scheffler classifica a decisão da Justiça como “extrema”. Conforme ele, a possibilidade de alocar os animais em outras unidades seria inviável, uma vez que a região concentra mais de 20% dos abatimentos de aves no estado.