O desaparecimento de Jacir Potrich segue um mistério mesmo passados mais de 18 meses do último dia em que o gerente de banco foi visto, em Anta Gorda.
Nesta semana, o caso ficou ainda mais enigmático com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que inocenta Carlos Alberto Weber Patussi e encerra a ação contra o dentista e único suspeito apontado pelas autoridades policiais e Ministério Público (MP).
Patussi não respondia pelo crime desde agosto de 2019. Na época, o Tribunal de Justiça (TJ) do Rio Grande do Sul decidiu pela suspensão da ação por falta de provas. Entretanto o Ministério Público do Estado (MP-RS) recorreu ao STJ.
A 6ª turma do STJ foi responsável pelo julgamento da ação, sob relatoria de Sebastião Reis Junior. O ministro encaminhou para parecer do Ministério Público Federal. O subprocurador-geral da República, Moacir Mendes Sousa, deu parecer no sentido de não dar provimento ao recurso do MP-RS.
Ainda em março de 2020, o relator, o ministro acolheu o parecer do MPF e entendeu que o recurso deveria ser improvido. Não houve recurso contra a decisão, que transitou em julgado na segunda-feira, 11.
Para o advogado de Patussi, Paulo Olímpio Gomes de Souza, o fim do processo confirma a inexistência de provas do homicídio no condomínio onde moravam Patussi e Potrich.
“Haviam outras possibilidades investigativas que foram descartadas. Seguiram apenas a acusação contra Patussi com uma série de indícios que foram desmoralizados pela prova técnica da polícia científica”, criticou.
Conforme Olímpio, o sofrimento de Patussi e familiares diminui com o fim do processo, entretanto a família ainda sente o impacto do abalo emocional devido à acusação.
“Caso ficará sempre em aberto”
Responsável pela acusação de Patussi, o promotor André Prediger lamentou a decisão do STJ. Para ele, o fim do processo contra o dentista vai contra “a opinião de todos os profissionais que atuaram no caso: delegado, promotor e juíza”.
Reforça ainda que o desaparecimento de Potrich segue inacabado. “Um caso como este ficará sempre em aberto”. Conforme o promotor, a polícia seguirá as investigações e pode desarquivar o processo contra Patussi ou iniciar um novo processo contra outro suspeito, caso houverem provas.