“Ou eu defendo o povo de Lajeado ou acredito na nota da empresa”, diz promotor

Frigoríficos fechados

“Ou eu defendo o povo de Lajeado ou acredito na nota da empresa”, diz promotor

Sérgio Diefenbach, do MP, esclarece os motivos que sustentaram o pedido de suspensão das atividades nos frigoríficos

“Ou eu defendo o povo de Lajeado ou acredito na nota da empresa”, diz promotor
Promotor de Justiça participou do programa A Hora Bom Dia, desta terça-feira. Créditos: Laura Mallmann
Lajeado

A paralisação das atividades nos frigoríficos de Lajeado segue sendo tema de debate na região. O Promotor de Justiça, Sérgio Diefenbach, participou do programa A Hora Bom Dia, da Rádio A Hora 102.9, desta terça-feira, dia 12, e esclareceu os motivos que sustentaram a ação do Ministério Público (MP) contra as empresas do município.

Diefenbach explica que o pedido de suspensão das atividades nos frigoríficos por parte do MP foi formado por diversos lados da comunidade do Vale do Taquari. “A decisão não tem cunho político ou influência, mas foi um pedido de mais promotores da região que também expressaram preocupação com os casos nos frigoríficos.”

Conforme o promotor, o MP está ciente aos impactos econômicos e dos animais que serão perdidos neste meio tempo, porém as ações são pensadas na vida das pessoas. “Seguimos conversando com com as empresas. Ainda com a ação ajuizada, não paramos de tentar encontrar soluções”, esclarece. Para ele, a preocupação é maior com a situação das famílias.

Referente aos posicionamentos das empresas, Diefenbach questiona a testagem em massa que deveriam ser feitas na empresa. “Ainda não tenho o número de confirmados e testados nos frigoríficos. As empresas se comunicam por meio e diz que está tudo bem. E eu, tenho duas opções: ou eu defendo o povo de Lajeado ou acredito na nota da empresa”, concluí.

Conforme o promotor, as empresas estão se adaptando, trabalhando com as mudanças necessárias e orientando seus funcionários. “Apesar das cautelas tomadas pelas empresas, não pareceu suficiente para o MP para que evitasse a transmissão do vírus”, esclarece.

O fechamento dos frigoríficos não é um privilégio de Lajeado, aponta Diefenbach. Ele exemplifica com situações como nos Estados Unidos. “Lá, foi fechado por ainda mais tempo para evitar a disseminação do vírus.”

Uma das propostas para solucionar e evitar a disseminação nos frigoríficos, de acordo com o promotor, poderia ser a redução da velocidade do abate.

Trabalhadores em casa

Questionado sobre a segurança dos trabalhadores que estão em casa por conta do fechamento dos frigoríficos, Diefenbach explica que nos demais municípios da região que possuem outras matrizes econômicas a disseminação do vírus é menor.

“Não podemos comparar a circulação da rua, da casa ou do bairro, com seis horas confinamento no mesmo ambiente com cerca de 150 pessoas. A exposição ao confinamento é mais danoso.”

Decisão

Conforme o promotor, há a possibilidade de equalizar as decisões para os dois frigoríficos. “A Minuano trabalha com 50% da capacidade. Teremos uma reunião com advogados da BRF para estudar as possibilidades.”

Confira a entrevista na íntegra:

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