O imensurável amor de mãe

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O imensurável amor de mãe

Mulheres revelam como conciliam o desafio da maternidade com a luta contra o câncer

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O desejo de ser mãe se faz presente na vida de muitas mulheres e a concretização deste sonho é um marco. Ao abraçar pela primeira vez o filho, o coração dispara e o instinto de proteção aflora, afinal, agora elas têm em seus braços a responsabilidade de cuidar de outro ser. Cláudia Appelte realizou o sonho da maternidade em 2016. No entanto, junto a esse desafio, ela precisou ser forte para superar um obstáculo que mudou a rotina como mãe.

Foi durante a amamentação de Rômulo, em 2017, que Cláudia percebeu o endurecimento de uma das mamas. Como o filho costumava mamar no peito direito, inicialmente, ela pensou que o desconforto do lado esquerdo pudesse ser o leite empedrado. “Foi pelo autoexame que notei um caroço e logo procurei o médico”, conta. E foi após a bateria de exames que veio o resultado inesperado: câncer de mama.

Surpresa com a notícia, Cláudia teve o apoio da família para seguir em frente. Uma das primeiras etapas foi realizar o desmame precoce de Rômulo para dar sequência ao tratamento de quimioterapia. “Lembrar desse momento me machuca muito, pois amamentar é o principal vínculo entre mãe e filho, e eu precisei interromper isso cedo”.

A batalha contra o câncer iniciou com sessões de quimioterapia, seguidas de mastectomia total e radioterapia. No entanto, em agosto de 2018 a rotina de exames revelou uma lesão hepática e novos rumos precisaram ser tomados.

Foi ao procurar o CRON, que Cláudia encontrou uma alternativa de tratamento, da qual seu organismo não rejeitava e a permitia viver plenamente. Ao longo desta caminhada pela cura, o seu medo como mãe era de não estar presente para dar o apoio necessário a Rômulo.

“Ser mãe sempre foi meu sonho. A primeira vez, tive este desejo interrompido na 35ª semana de gestação, devido a uma predisposição genética a trombofilia. Felizmente, mais tarde fui agraciada com o Rômulo e hoje costumo dizer que tenho dois anjos, uma menina que está no céu e outro aqui na terra”.

Ainda em tratamento, Claudia conta que Rômulo a acompanha em todos os processos e é sua fortaleza, que ilumina e alegra os dias. “A doença não me impede de ser mãe e o Rômulo é o motivo pelo qual eu acordo e quero viver”.

Ser mãe é ser louca…”

Mãe de três filhos, Graciela de Azevedo também encontrou neles a força. Em julho 2019, após quebrar a coluna, ela descobriu o mieloma múltiplo, câncer que afeta as células da medula óssea “No começo foi difícil, pois eu tinha uma rotina, trabalhava 40 horas semanais, cuidava das crianças… e de repente me vi imobilizada”, lembra.

Ao contar a notícia para a família, as reações de cada filho foram diferentes. Enquanto Vitória (20), a mais velha, deu o apoio necessário para a mãe, a caçula Beatriz (4) foi poupada de partes da história, pois não compreendia o processo da doença. Já o filho do meio, o João (11), foi o que mais sofreu e passou pelas aflições.

Graciela conta que ainda está em tratamento e cada momento vivido junto da família é fundamental para a evolução do seu tratamento. “Em todo esse processo que estamos vivendo eles cuidam de mim e eu deles. A gente vive momentos difíceis, mas a doença nos uniu ainda mais com a relação mãe e filhos”.

Questionada sobre os desafios de ser mãe mesmo diante da doença, Graciela revela que “ser mãe é ser louca. Louca para ver o filho dar os primeiros passos, ouvir a primeira palavra… enfim, é ver eles felizes independente do que aconteça”.

Hoje, Graciela realiza seu tratamento junto ao CRON e em Porto Alegre. Para ela, este desafio não a impede de ser mãe e fortalecer os laços com a família. “Os filhos são parte do nosso corpo. E os meus, são o meu coração”.