Município abrirá sindicância para investigar liberação de evento religioso em Teutônia

fé ou descaso

Município abrirá sindicância para investigar liberação de evento religioso em Teutônia

Prefeito diz que não tinha conhecimento do formato da atividade. Conselho de Pastores garante que não houve aglomerações e que todos os cuidados necessários foram adotados

Município abrirá sindicância para investigar liberação de evento religioso em Teutônia
Teutônia

Um evento religioso no último sábado, 9, divide opiniões devido à grande concentração de pessoas. Também causou um mal estar dentro do governo municipal, que determinou a abertura de sindicância interna para investigar a liberação da atividade.

Idealizado pelas igrejas que integram o Conselho de Pastores de Teutônia (Copate), o Dia do Clamor reuniu cerca de 300 fiéis das igrejas evangélicas pentecostais na Avenida 1 Leste, próximo à Associação da Água, no bairro Languiru, para um momento de oração.

Segundo o prefeito Jonatan Brönstrup, devido ao decreto municipal vigente, não há autorização para a realização do evento naquele formato. “Já encaminhamos uma solicitação para a abertura de sindicância para ver de onde partiu a autorização. Tivemos, inclusive, um veículo do município que organizou o trânsito, colocando cones nas ruas”, comenta.

Brönstrup diz ter tomado conhecimento da situação após a finalização da atividade – que durou cerca de 30 minutos – e que a mesmo poderia ocorrer, mas de outra forma. “O que me passaram é que seria feito um movimento dos veículos, que percorreriam as ruas até a prefeitura. Isso até poderia. Não que fechariam a avenida, com as pessoas desembarcando dos carros. Acaba gerando uma desordem em relação ao decreto municipal”, diz.

“Número maior do que imaginávamos”

Presidente do Copate, o pastor Ricardo Wagner ressalta que houve uma convocação para que as pessoas estacionassem seus veículos, sem muito alarde para evitar aglomerações. “Todavia, como a situação está difícil para todos, e mesmo com muitos pastores não conseguindo falar diretamente com suas igrejas, uma grande quantidade de pessoas foi ao local para orar. Um número muito maior do que imaginávamos”, admite.

Segundo Wagner, o Dia do Clamor foi motivado pelas dificuldades enfrentadas pela população teutoniense, como o desemprego, o crescimento de casos confirmados de Covid-19 na cidade e a depressão. “Com todas essas coisas acontecendo, decidimos fazer este clamor público. A bíblia ensina que o clamor unido, nestes casos de calamidade, é o caminho que devemos tomar”, explica.

Wagner foi secretário municipal de Planejamento e Mobilidade Urbana no início da atual gestão. Pediu exoneração do cargo em abril de 2018, para concorrer a deputado federal, mas não se elegeu.
Nota oficial

No domingo, 10, em sua página no facebook, a administração de Teutônia se manifestou em relação ao evento, mostrando descontentamento com a atividade. Ressaltou que, com poucos servidores, se torna inviável a presença de fiscais em todos os locais. No entanto, garante que a fiscalização “prontamente age quando toma conhecimento, por meio de denúncias, do descumprimento de determinações que visam a proteção da saúde pública”.

Na nota, o governo disse “não compactuar com nenhum tipo de aglomeração” durante o período de pandemia e lembrou que, em virtude da bandeira vermelha, conforme classificação do governo estadual, aglomerações em espaços públicos e privados seguem proibidas no município.

Ontem, o Copate também divulgou nota, reiterando o que disse Wagner, de que orações unidas e públicas são os caminhos ensinados pela bíblia. “O objetivo do Clamor foi para que as atividades empresariais, a saúde física e emocional dos munícipes e a vida social da cidade voltasse à normalidade e apresentasse avanços significativos”, cita o texto.

A entidade também ressalta que a atividade não possui conotação política, nem representa uma troca de favores e não possui intenção de projeção ou exibicionismo.


500 quilos de alimentos

Um dos pontos positivos ressaltados por Ricardo Wagner sobre o evento é o caráter solidário, já que foram arrecadados 500 quilos de alimentos, que serão encaminhados à Assistência Social de Teutônia e, posteriormente, às famílias em vulnerabilidade social.

“As pessoas estão dispostas a orar e buscar ajuda em Deus. E, para não ficarmos apenas no âmbito espiritual, pedimos que doassem alimentos para ajudar as pessoas que mais necessitam. Foi um momento especial e tenho certeza que teremos resposta de nossas orações”.

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