O comércio fecha as portas por completo mais uma vez. Após a exceção criada em função do dia das mães, quando foram permitidas vendas por tele-entrega e sistema “pague e leve” (take away), as restrições foram agravadas novamente.
As medidas, que valem até o próximo domingo, foram detalhadas ontem pelo prefeito Marcelo Caumo. Na prática, o decreto municipal reitera o que já havia sido definido pelo estado. “Ele segue o plano de distanciamento controlado e os protocolos do estado. Não amplia restrições”, diz o procurador do município, Natanael dos Santos.
O comércio está proibido de funcionar, mesmo nos sistemas de tele-entrega ou pague e leve (take-away). A exceção são as atividades consideradas essenciais, como supermercados, farmácias e postos de combustíveis. Além destas, passaram a ser consideradas essenciais a construção civil e a indústria, incluídas pelo governo federal.
Presidente da CDL, Aquiles Mallmann afirma que já esperava medidas mais rigorosas, mas ficou surpreso com a proibição da venda por tele-entrega. Na sua avaliação, esta medida cria condições desiguais.
“A gente vai sair perdendo. Pessoas de fora da região poderão fazer essa entrega e nós não poderemos exercer essa função dentro da nossa cidade. A entrega não gera nenhuma aglomeração, o cliente recebe o produto em casa”, diz.
Mesmo com as restrições anunciadas pelo governo do estado no fim de semana, muitos lojistas abriram as portas ontem. Na rua Júlio de Castilhos, principal via comercial da cidade, era raro encontrar estabelecimentos fechados. A grande maioria seguia atendendo os clientes na porta e formando filas nas calçadas.
Filas e transporte
Na avaliação do diretor do Sindicomerciários, Marco Daniel Rockenbach, a forma como foi determinado o funcionamento do comércio na semana passada favoreceu a formação de aglomerações.
“Se tivesse feito restrição de deixar o público entrar, com atendimento de 25%, teria gerado menos aglomeração do que a gente viu. Expõe o trabalhador, expõe a população, gera fila na frente da loja”, diz.
Rockenbach manifesta preocupação ainda com o risco de aglomeração no transporte público.
“Falta sensibilidade”
As restrições foram recebidas com apreensão pelo Sindilojas. Na avaliação do presidente, Francisco Weimer, “falta sensibilidade das pessoas que decidem”.
“Pensamos que poderíamos ao menos trabalhar no take away ou televendas, que amenizaria um pouco a situação”, afirma Weimer.
Não podem funcionar:
Comércio varejista, clubes sociais, academias, pubs, missas e cultos presenciais, cabeleireiros e salões de beleza
Funcionando com restrições:
- Restaurantes: proibidos os buffets. Estabelecimentos só podem funcionar com pratos prontos e por meio de tele-entrega ou “pague e leve” (take away).
- Lanchonetes e padarias: só podem funcionar com pratos prontos e por meio de tele-entrega ou “pague e leve” (take away). Pode entrar, mas não pode consumir no local.
- Imobiliárias, escritórios de advocacia e contabilidade: apenas teleatendimento
- Hoteis: máximo de 40% da capacidade
- Construção civil: máximo 25% dos trabalhadores
- Veterinários: máximo 50% da capacidade
- Transporte público: máximo de 50% dos assentos
Podem funcionar:
Supermercados, postos de combustíveis e farmácias.
• Decreto tem validade até 17 de maio, domingo
• O que pode e o que não pode funcionar em cada região está disponível em distanciamentocontrolado.rs.gov.br