Pandemia aumenta dificuldades de ONGs  de proteção animal

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Pandemia aumenta dificuldades de ONGs de proteção animal

Mais abandonos e menos doações são reflexos do coronavírus no trabalho de organizações voluntárias que cuidam de animais

Pandemia aumenta dificuldades de ONGs  de proteção animal
Vale do Taquari

Prestes a completar seis anos, a ONG Amando Protegendo e Ajudando Muitos Animais (Apama) enfrenta um dos períodos mais complicados desde a fundação. A entidade que abriga mais de 200 animais abandonados em Lajeado sofre com a diminuição nas doações em função da pandemia do coronavírus.

Só em abril a entidade registrou cerca de R$ 5 mil a menos nas doações para ração, ressalta a presidente Ana Rita Azambuja. Os gastos com alimentação dos animais, vacinação, castrações e remédios ultrapassam R$ 20 mil por mês.

“A gente fica em desespero, pois não sabemos o que fazer os animais estão aqui e precisam se alimentar”, reforça Ana. Além de animais no bairro Conventos, a entidade auxilia na alimentação de aproximadamente 30 cães no bairro Santo Antônio.

Atualmente, a Apama possui dívida que chega a R$ 24 mil em um veterinário e numa distribuidora de rações. “Não é legal ficar devendo. Isso se torna ruim para nós e para as empresas também”, lamenta.

Ana chegou a ficar isolada vários dias e trabalhando sozinha na sede da Apama para evitar o contato e aglomeração de pessoas. O recolhimento de animais abandonados seguiu durante todo o período de pandemia.

Conforme a presidente da ONG, a quantidade de abandonos aumentou nesse período de pandemia. Nas últimas duas semanas, foram mais de 20 animais encontrados na rua e levados até o abrigo da Apama.

“Acreditamos que as pessoas estão deixando os animais em função da dificuldade econômica. Mas isso não justifica o abandono”, reforça.

Em contraste, Ana percebe que as adoções também aumentaram neste período. Apenas na terça-feira, foram cinco animais. “Talvez em função do isolamento, as pessoas estão precisando de um amigo”, acredita.

Nos primeiros cinco anos de atividade, a Apama foi responsável por encontrar um lar para cerca de 3 mil animais abandonados.

Menos voluntários e doações

A Associação de Proteção aos Animais Arroio-meenses (Apaam) também percebe o aumento nas dificuldades em função da pandemia. Primeiro deles é a diminuição no número de voluntários para auxiliar nos cuidados dos cerca de 70 cães abandonados. Atualmente, três pessoas realizam o trabalho.

O fato da entidade não realizar mais eventos também prejudica a arrecadação, além das doações para compra de ração terem diminuído. “A gente trabalha em um limite. Já tínhamos dificuldade antes da pandemia”, lamenta uma das voluntárias, Solange Beneduzi.

Conforme ela, os abandonos se mantiveram em cerca de 10 por mês, da mesma forma que as adoções. A entidade de Arroio do Meio foi fundada em 2004.

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