O Vale do Taquari deve ganhar cinco novos leitos de UTI para o atendimento de pacientes com sintomas respiratórios ainda neste mês. Após recomendação do Ministério Público, o governo municipal garante que repassará ao Hospital Santa Terezinha os recursos necessários à criação de cinco vagas de UTI.
A instituição possui os equipamentos e aguardava habilitação do Ministério da Saúde para garantir o custeio. Situação semelhante ocorre em Estrela, que tem dez leitos montados, mas apenas três em funcionamento. O Vale conta ainda com 18 leitos em Lajeado.
Pedido do MP
A promotoria de Justiça de Encantado recomendou formalmente ao governo municipal que aporte recursos no hospital. O pedido foi feito pela promotora Daniela Pires Schwab, que atua na área de saúde pública, e leva em conta o agravamento da situação no Vale do Taquari e no município. De acordo com o MP, o município tem três pacientes internados, em Lajeado, Estrela e Santa Maria.
“Isso tudo acelerou nossa necessidade de ativar esses leitos. O hospital espera habilitação pelo SUS. Como ainda não saiu, fizemos essa recomendação para agilizar a utilização, até a habilitação ou por pelo 3 meses”, afirma.
O MP recomenda o repasse no mesmo valor pago pelo Ministério da Saúde, que é de R$1,6 mil por dia. Os cinco leitos durante três meses custariam R$ 720 mil.
Município garante recursos
O prefeito Adroaldo Conzatti afirma que o município vai destinar a verba ao hospital assim que os profissionais forem contratados.
“Nós vamos garantir funcionamento da UTI enquanto ela não for credenciada. Usaremos recurso recebido do Governo Federal para gastar no combate à Covid. Se necessário, usaremos também recursos próprios”, diz.
O governo municipal já recebeu R$ 650 mil da União e outros R$ 750 mil em emendas parlamentares, verbas destinadas à pandemia.
Contratações são maior dificuldade
O hospital já dispõe dos equipamentos necessários. Para colocar os leitos em uso, é necessária uma reorganização do espaço. Como o novo setor ainda está em obras, será utilizado um espaço da estrutura atual.
A maior dificuldade, que vem sendo apontada por gestores de saúde, é a contratação da mão de obra especializada, cada vez mais escassa. “A gente já vinha conversando com uma equipe de intensivistas, porque logo abriremos a UTI do setor novo. Vamos tentar essa parceria para agilizar a abertura“, afirma o diretor administrativo, Evandro Klein.
Para cada dez leitos de UTI, é necessária uma equipe multidisciplinar com cerca de 30 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos, fisioteraútas, nutricionistas e trabalhadores de higienização.