Sair de casa apenas se for necessário. Essa é a principal recomendação do reitor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Pedro Curi Hallal para diminuir o risco de coronavírus na região. Em classificação feita pelo Estado com base em estudo da Ufpel, Lajeado e municípios próximos foram classificados com bandeira vermelha (maior risco de coronavírus no RS).
O reitor participou do programa Frente e Verso na manhã de hoje. Na opinião dele, se as medidas restritivas forem respeitadas pelos lajeadenses, em duas semanas a bandeira da região deve mudar com a diminuição nos números da pandemia. “É importante que as pessoas respeitem a ciência e as medidas de isolamento social”, reforça.
Pesquisa específica em Lajeado
Hallal explica que a metodologia do estudo gaúcho usou como base a divisão do estado pelo IBGE em 20 regiões. Por isso, Santa Cruz do Sul também está na área considerada lajeadense.
A Ufpel conversa com representantes de Lajeado para realizar pesquisa rápida sobre o avanço da pandemia na cidade, informa o reitor. Conforme ele, o estudo poderia ser feito por uma equipe de pesquisadores de Lajeado, sob orientação da universidade de Pelotas.
Principal dificuldade seria conseguir testes em quantidade para fazer a pesquisa. Caso seja realizada, a divulgação do estudo deve ocorrer 48 horas após os resultados do teste, ressalta o reitor.
Casos confirmados e mortes subestimadas
Duas amostras da população gaúcha foram feitas pela Ufpel para realizar o estudo. Conforme Hallal, pesquisa apontava 15 mil pessoas contaminadas no Rio Grande do Sul (quantidade pode variar entre 5 mil a 30 min). O número de casos confirmados atualmente é de 1.529 pessoas.
Estimativa da universidade é que a quantidade de infectados pela covid-19 no estado seja 12 vezes maior que o confirmado. A quantidade de mortes também deve estar subestimada, mas em menor proporção. “Isso ocorre pela dificuldade de testar todas as pessoas e computar dados. O resultado só será medido depois da pandemia”, aponta.
Preocupação do reitor com a subestimativa dos casos é a propagação do vírus por pessoas assintomáticas. “Mesmo sem sintomas, essas pessoas podem estar transmitindo aos demais. Por isso a importância de ficar em casa”, reforça.
Na entrevista, Hallal ainda demonstrou preocupação com o o foco de infecção nos frigoríficos de Lajeado e classificou como prudente a suspensão das atividades por uma semana. “Essa é a opinião técnica. Sabemos que existem questões econômicas envolvidas”, complementa.
A entrevista completa está no link: