• Você se criou na colônia?
Sempre morei aqui, com meus pais. Desde casados, eles começaram a historia deles na produção de leite com duas vacas. Com o passar dos anos, os filhos foram ajudando e foi aumentando. O mais velho saiu de casa e nós três, os outros, ficamos. A gente conciliava os estudos com as tarefas de casa. Tenho dois irmãos que se formaram em técnico agropecuário e u graduei em Engenharia de Produção.
Finalizando o curso, trabalhei dois anos em indústria, na minha área, depois decidi voltar para casa. Faltava mão de obra, a gente passava por alguns momentos na propriuedade em que se fez necessárŕia a minha volta. Nessa volta, pude trazer muita coisa que aprendi para aplicar aqui.
• De que forma os conhecimentos da formação acadêmica auxiliam no propriedade?
A engenharia de produção pega muito a parte de planejamento, cálculo e administração, então se aplica a todas as áreas. A experiência na indústria, ver diferentes ferramentas, pessoas e ideias, quando você volta para casa, onde você só vivia aquele mundo, faz enxergar outras possibilidades. Hoje, o campo precisa de pessoas qualificadas. A propriedade se torna uma empresa rural, que precisa de planejamento, precisa ser administradas.
• Como se deu a participação no concurso?
A gente visa sempre ter o reconhecimento da mulher no agro. A mulher também sonha em conquistar o lugar dela, mesmo que ela trabalhe no campo e faça uma tarefa diferenciada das outras, ela sempre busca igualdade e reconhecimento. Participo de várias paginas grupos com esse propósito. Uma dessas páginas lançou o concurso da Miss Colona do Brasil. Me inscrevi através de uma foto com uma descrição. A foto mais curtida venceria. Para minha surpresa, tive a foto mais curtida. Divulguei apenas para família e amigos bem próximos. Outras pessoas que eu nem conhecia compartilharam.
• Como vê o papel da mulher na colônia hoje em dia?
Isso mudou muito. Antes, o reconhecimento era todo do homem. O homem era que administrava, comandava o negócio, trabalhava nas máquinas. Isso tudo mudou. Hoje a mulher tem o lugar dela. Ela faz qualquer tarefa que o homem faça. Ela opera máquina, administra, faz controle dos animais, a mulher conquistou o lugar dela no agro. E vejo que isso está sendo reconhecido Brasil afora. Anos atrás, a mulher não tinha oportunidade, não tinha vez.
• Como funciona a propriedade hoje?
Hoje a propriedade é composta pelos meus pais, eu e minha irmã. Nós que executamos todas as tarefas aqui. Tanto a parte de produção como a parte administrativa e negociações. Nossa principal e única atividade é o leite. E sempre foi. Sempre vivemos disso.